Nubank (NUBR33) terá ‘mais inadimplência’ no 2T23, mas vai reverter prejuízo com lucro de US$ 191 milhões, diz XP
Analistas da XP Investimentos, olhando para o nicho de fintechs, destacaram que a expectativa é de que o próximo balanço do Nubank (NUBR33), referente ao segundo trimestre deste ano, mostre ainda um crescimento na aquisição de clientes.
Apesar disso, mesmo que os novos clientes do Nubank tenham um custo menor, considerando o indicador de Receita Média Mensal por Cliente Ativo (ARPAC, na sigla em inglês), a expectativa é de que a evolução das safras antigas deve compensar esse efeito, elevando o indicador de ARPAC.
“Isso deve levar o Nubank a reportar mais um trimestre de ROE crescente na operação brasileira. Por fim, embora prevejamos uma inadimplência ainda crescente, esperamos que a expansão da margem financeira (NII) de Nu se destaque e mantenha a boa inércia de resultados”, diz a casa.
A expectativa da casa é de US$ 191 milhões de lucro para o resultado do Nubank no 2T23, além de uma margem bruta de 46%.
Em igual etapa do ano anterior, o banco registrou prejuízo de US$ 30 milhões, ao passo que o lucro do Nubank foi de US$ 152 milhões no primeiro trimestre deste ano.
“Prevemos um crescimento robusto da carteira de crédito de +10% na base trimestral e +62% na base anual, à medida que o banco consegue manter a inadimplência sob controle”, observa a XP, sobre os resultados do banco.
“Dito isto, esperamos apenas um aumento marginal na inadimplência juntamente com um custo de financiamento ligeiramente maior. Nosso Lucro Líquido projetado acima do consenso implica um crescimento de 35% no trimestre e reflete o sólido momento de ganhos da empresa, consistente com sua estratégia de aumentar a monetização de sua grande base de clientes, completa.
Atualmente a XP tem recomendação neutra para os BDRs do Nubank, com preço alvo de R$ 5,90 para o ano de 2023.
A tese da casa é de que a ação está bem precificada nos patamares atual, dada parte do seu valor potencial, de 5,6x o Preço sobre Valor Patrimonial (P/VP) para 2023.
Além do Nubank, XP vê Inter ‘moderado’ e Méliuz (CASH3) com peso negativo do varejo
Olhando para outros ‘neobancos’, a XP destaca que espera resultados moderados para o Inter (INBR32), mas recomenda compra das BDRs com preço-alvo de R$ 20,30.
“Esperamos outro conjunto de resultados modestos para o Inter no 2T23. Prevemos um crescimento de receita de um dígito alto no trimestre, desacelerando em relação aos trimestres anteriores. Esse aumento deve ser impulsionado, em grande parte, pelo crescimento da carteira de crédito, ainda concentrada em linhas mais defensivas, como home equity e consignado”, diz a casa.
“Assim, esperamos que a Receita Bruta alcance R$ 1,9 bilhão e a Receita Líquida atinja R$ 1,05 bilhão. Prevemos que o crescimento do GMV do Inter Shop desacelere de forma semelhante à da indústria. As taxas de inadimplência devem manter a tendência observada neste ano e chegar a 5%, o que vemos em linha com a indústria”, completa.
Assim, a projeção é de lucro líquido recorrente de R$ 34,7 milhões no trimestre, implicando um ROE de 0,8%.
Para o Méliuz, que fica fora do nicho de bancos (que inclui Nubank e Inter), a XP estima um trimestre fraco, com receita líquida crescendo 21% e um prejuízo líquido recorrente de R$ 11,9 milhões. A recomendação é neutra com preço-alvo de R$ 20 para os papéis CASH3.