Nubank (NUBR33): Itaú BBA recomenda “venda” e reduz preço-alvo do roxinho, veja valor
O Itaú BBA revisou sua recomendação para as ações do Nubank (NUBR33) e optou por manter uma visão cautelosa em relação ao crescimento do banco digital. Os analistas optaram por reiterar a visão underperform, de “venda” dos papéis, com rebaixamento do preço-alvo de US$ 7,0 para US$ 6,6.
A equipe de análise do BBA, liderada por Pedro Leduc, indica que a incerteza sobre a qualidade do crédito do Nubank está aumentando, enquanto os custos de financiamento estão pressionando a receita líquida com juros (NIIs).
Em relatório, os especialistas ainda falam que se sentiram tentados a mudar a recomendação para o Nubank após a queda das ações e a valorização do real, mas optaram por esperar para ver os números do resultado do primeiro trimestre (1T22). Eles esperam um prejuízo ajustado de R$ 193 milhões frente os R$ 7 milhões observados no 4T21.
O Nubank fechou a sessão de ontem (25) na Bolsa de Nova York com alta de 3,52%, avaliado em US$ 6,92. Por aqui, os recibos de ações (BDRs) do Nubank também subiram, +3,50%, para R$ 5,62.
Problemas com crédito e inadimplência
Para os analistas do BBA, a alta cíclica da inadimplência já foi parcialmente precificada nas ações do Nubank, mas está apenas começando a aparecer nos relatórios. Dados marginais sugerem que o aumento pode ser mais rápido e mais forte do que o esperado anteriormente.
Na visão deles, a precificação do Nubank se baseia em desafios cíclicos e estruturais para justificar avaliações melhores. “Os dados do 1T22 serão fundamentais para verificar esses números”. A previsão de inadimplência no roxinho entre janeiro e março, segundo o BBA, é de 5,3%.
“O Nubank provavelmente permanecerá abaixo da indústria geral (especialmente os bancos digitais) na métrica de inadimplência, graças aos seus modelos inovadores, crescimento e abordagem ao cliente. Mas verá a inadimplência por alguns trimestres, independentemente”, diz o relatório.
O risco do aumento neste indicador é o banco ter que puxar o freio na originação, desacelerando o ritmo de monetização e amortecendo as esperanças para 2022, explicam os analistas. ” Tal configuração alimenta o desafio estrutural de poder lucrar com tantos clientes em um prazo mais longo”.
A previsão para o resultado do Nubank este ano foi reduzida de um prejuízo de R$ 862 milhões para um rombo de R$ 1,137 bilhão.
Crescimento de clientes é positivo para o Nubank
Mas existe um lado positivo para os analistas, que é o crescimento no número de clientes do roxinho. Os analistas esperam um aumento em 5 milhões de clientes de um trimestre para o outro, somando 59 milhões.
Para a expansão no crédito ao consumidor, a expectativa é de alta de “impressionantes” 15% no ritmo trimestral, para R$ 42 bilhões. Os empréstimos pessoais devem liderar esses números. Mas existem um ponto de atenção aí: com o rápido crescimento da carteira, as provisões podem aumentar também.
Em termos de receitas de serviços, o BBA espera um aumento de 9% para o Nubank, com despesas operacionais contidas.
Além disso, o banco de investimentos aponta que o Brasil pode ser um dos primeiros emergentes a alternar de um ciclo de aperto monetário para um de afrouxamento. “Os desdobramentos geopolíticos são favoráveis. Eventualmente, juros mais baixos, menor inflação e melhor criação de empregos ajudariam a lidar com os ventos contrários cíclicos que o Nubank está enfrentando.”