Nubank (NUBR33) desaba 14% um dia após balanço; veja opinião dos analistas

O Nubank (NUBR33) divulgou nesta terça-feira (22) seu primeiro balanço após a abertura de capital na Bolsa de Nova York. Segundo o relatório financeiro, o prejuízo líquido do banco digital no período de outubro a dezembro de 2021 foi de US$ 66,2 milhões – valor 36% menor em comparação com o 4T20.

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Nesta quarta-feira (23), um dia após a divulgação do balanço, as ações do Nubank desabaram em Nova York. Fecharam em queda de 14,55%, valendo US$ 7,52.

As BDRs do Nubank aqui na B3 (B3SA3) foram pelo mesmo caminho, porém com uma queda maior, de 15,73%, para R$ 6,32.

A divulgação dos resultados do 4T21 do Nubank saiu depois do fechamento do mercado americano na terça-feira (22). No dia, as ações listadas na NYSE, caíram 10,66%, para US$ 8,80, porém, nas negociações after hours – depois do balanço -, os papéis do roxinho saltaram 6,25%, para US$ 9,35.

O registro de prejuízo do banco digital no 4T21 veio abaixo do que esperam os especialistas do consenso Refinitiv, o que deu um impulso momentâneo aos papéis. A estimativa era de US$ 138 milhões negativos, mais que o dobro do divulgado. Mas para algumas casas de análise, o resultado foi ruim, dividindo os analistas.

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Fechando 2021 com um apetite de crescimento impressionante

Nubank (NUBR33) cai após IPO e Itaú (ITUB4) volta a ser banco mais valioso da América Latina
Cartão Ultravioleta do Nubank. Foto: Reprodução Blog 

Em relatório, o BTG Pactual (BPAC11) destaca o crescimento do Nubank no período de outubro a dezembro de 2021. Para o banco, o aumento de 5,8 milhões de clientes no trimestre foi surpreendente, assim como o crescimento do crédito, com expansão no segmento de crédito pessoal muito alto, de 54% em três meses.

A qualidade dos ativos o BTG analisa como sob controle, apesar das provisões para perdas com empréstimos acima do esperado pelo banco. No geral, o 4T21 do Nubank foi sólido na leitura do banco.

“No geral, parece um sólido trimestre, com praticamente todos os indicadores-chave de desempenho e tendências operacionais do Nu se movendo na direção certa”. Mas, o BTG vê o lado negativo como maior na sua ponderação, “particularmente em um ciclo de crédito potencialmente deteriorado no Brasil”.

Com isso, o banco recomenda a venda das ações do Nubank, com preço-alvo de US$ 8,50. “Dada a curta duração de sua carteira, se os empréstimos desacelerarem, o faturamento do Nubank naturalmente desacelera para baixo também, tornando ainda mais difícil justificar uma alta avaliação”, conclui o relatório.

Resultados de menor qualidade para o Bradesco BBI

Em seu resultado do 4T21, o Nubank afirma que o “crescimento não veio à custa da qualidade dos ativos”, mas não foi isso que o Bradesco BBI verificou nos números. Segundo o banco, o resultado veio fraco, com tendências subjacentes negativas e um conjunto de menor qualidade.

Para o BBI, embora a receita tenha tido um salto de 224,3% na base anual, para US$ 635,9 milhões, o impulso veio de ganhos de menor qualidade devido ao forte desempenho da Tesouraria do Nubank, isso a despeito da sólida receita de clientes. Os ganhos de tarifas também ficaram abaixo da expectativa do banco.

Além disso, o BBI acredita que o crescimento das provisões aponta para uma perspectiva de inadimplência negativa nos próximos trimestre, indicando que o ambiente macro deve atingir o Nubank ao longo deste ano.

O Bradesco BBI tem uma recomendação underperform (abaixo da média) para as ações do Nubank, com preço-alvo de US$ 5,00, equivalente a uma queda de 43% em 12 meses.

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Números mistos e visão cautelosa, diz o BBA sobre o Nubank

O Itaú BBA analisou o resultado do 4T21 do Nubank como misto. Para o banco, a expansão da receita total, que abarca a margem financeira e de serviços, teve impulso da carteira de crédito (+28%) via crédito pessoal (+54%). Ao mesmo tempo, o índice de inadimplência acima de 90 dias aumentou muito pouco, apenas 0,1% entre um trimestre e outro.

Por outro lado, as dores de crescimento puderam ser verificadas nas despesas operacionais, que saltaram 37% na comparação trimestral. Além disso, as despesas com provisões para crédito aumentaram mais do que a carteira de empréstimos, devido a política de “perda esperada” do Nubank. Também foi negativo para o BBA o aumento no índice de cobertura, para 240%, enquanto a previsão do banco era de estabilidade.

Com isso, o Itaú BBA também tem recomendação underperform (abaixo da média) para as ações do Nubank, com preço-alvo de US$ 8,00, queda de 9,2% frente ao fechamento da véspera.

No mais, os analistas indicam a possibilidade de alta nas ações do Nubank nos próximos dias, visto a queda de 11% no dia da divulgação dos resultados.

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Monique Lima

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