Nubank (NUBR33) reverte prejuízo e lucra US$ 141,8 milhões no 1T23

O Nubank (NUBR33) registrou um lucro líquido de US$ 141,8 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), equivalente a cerca de R$ 736,1 milhões em moeda brasileira, o que representaria o maior lucro já alcançado pela instituição financeira em sua história.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/11/1420x240-Banner-Home-3.png

O lucro do Nubank é registrado após o anúncio de um prejuízo líquido de US$ 45,1 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22). Ou seja, a empresa conseguiu reverter as perdas obtidas no mesmo período do ano passado.

O lucro líquido ajustado do Nubank – unidade que controla os negócios no Brasil, Colômbia e México – teve um crescimento de 1706% no 1T23, a US$ 182,4 milhões, quase 18 vezes a mais, quando comparado ao resultado do mesmo trimestre de 2022, que tinha sido de US$ 10,1 milhões.

O lucro líquido ajustado do Nubank no Brasil foi de US$ 200 milhões no 1T23, enquanto o retorno sobre o patrimônio, medido pelo ROE ajustado, alcançou os 43%. Vale destacar que o mercado brasileiro é um dos mais atuantes dessa instituição financeira.

A receita líquida do Nubank foi recorde no primeiro trimestre, chegando a US$ 1,6 bilhão, o que representa um avanço FXN de 87% na comparação com igual etapa de 2022.

Enquanto isso, a Receita Média Mensal por Cliente Ativo (ARPAC) registrou um crescimento FXN de 30% no 1T23, chegando a US$ 8,60 no período.

O Custo Médio Mensal de Servir por Cliente Ativo chegou a US$ 0,80 no primeiro trimestre deste ano, cerca de 14% FXN maior que os US$ 0,70 auferidos no mesmo período de 2022. O balanço trimestral do Nubank aponta que esse aumento se deu em razão da baixa quantia vista no ano passado, que foi gerado a partir de um ganho não recorrente.

Expansão do número de clientes do Nubank

Em meio ao crescimento contínuo de clientes, o Nubank chegou à marca de 79,1 milhões de usuários ao final do trimestre, com alta de 33% em relação ao mesmo período do ano passado, o que representa um crescimento de 19,5 milhões na base de clientes em um ano.

Desse total, cerca de 75,3 milhões de clientes são brasileiros. Além disso, o número de clientes relativos a Pequenas e Médias Empresas (PMEs) passou de 1,6 milhão no primeiro trimestre do ano passado para 2,7 milhões no 1T23, um aumento anual de 69%.

Além disso, aproximadamente 3,2 milhões de clientes do Nubank são do México, com avanço de 52% em um ano, enquanto os clientes colombianos somam 635 mil.

Considerando só a operação no Brasil, o lucro líquido ajustado somou US$ 200 milhões, ante ganho de US$ 13 milhões há um ano, com um retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) de 43%, um dos maiores do setor bancário local.

“O ROE deve se manter e poderia até aumentar”, comenta ao Broadcast o fundador do Nubank, David Vélez, citando a inadimplência sob controle e a queda no custo de captação do banco digital. O executivo observa ainda que o banco digital tem eficiência operacional alta, pois não precisa ter uma estrutura com agências e ainda se beneficia do baixo custo de aquisição de cada cliente, por conta da atração de pessoas no “boca a boca”.

“Acreditamos que esse nível de rentabilidade que estamos demonstrando na operação brasileira é sustentável ao longo dos próximos trimestre e anos”, afirmou o diretor financeiro do Nubank, Guilherme Lago. Mesmo quando se considera o retorno patrimonial sem ajuste, o indicador ainda é alto, em 37%.

“O Brasil ainda carrega nas suas costas e despesas associados a uma empresa que está investindo para o futuro”, afirma Lago, ressaltando que mesmo assim espera que o nível alto de rentabilidade se mantenha. “Não existe nada no quarto trimestre de 2022 e no primeiro período de 2023 que seja atípico a ponto de a gente achar que não vai poder replicá-los, pelo contrário”, completou.

Sobre a melhora dos resultados, Lago comenta que houve uma combinação de fatores, com receita quase dobrando e o lucro bruto crescendo em 124%, para US$ 650 milhões. “A margem bruta expandiu, indo de 32% para 40%”, disse ele. A razão da melhora das margens é que a inadimplência ficou sob controle e o custo de captação caiu. Ao mesmo tempo, as despesas administrativas pouco, apenas 12%, destaca o executivo.

A taxa de inadimplência para atrasos menores que 90 dias ficou em 4,4%, ante 3,7% do mesmo período do ano passado e do quarto trimestre. Acima de 90 dias, encerrou março em 5,5%, ante 4,2% há 12 meses.

O primeiro trimestre sazonalmente tem inadimplência maior e, segundo Lago, considerando este fator, a expectativa era de indicador um pouco maior do que o na prática ocorreu, considerando tendências históricas. No caso da taxa mais curta, para atrasos até 90 dias, normalmente este indicador aumenta 80 pontos-base no primeiro trimestre. A do Nubank cresceu 70 pontos, ou seja, 10 pontos abaixo da tendência histórica. O desempenho na carteira de crédito pessoal também ajudou, acrescenta o executivo.

Em tempos de liquidez escassa no mercado mundial, por causa dos juros altos, o Nubank informou ter US$ 2,4 bilhões em excesso no seu caixa.

Com Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/11/1420x240-Banner-Home-2-1.png

João Vitor Jacintho

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno