Nubank (NUBR33): mudanças do BC não prejudicarão crescimento do banco, diz Itaú BBA

O Itaú BBA atualizou suas projeções para o Nubank (NUBR33), após as novas regras do Banco Central (BC) serem oficializadas. Com os novos regulamentos, a empresa vai precisar de um volume de R$ 1,8 bilhão para atender a autoridade monetária.

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Os analistas afirmam que a transição dos requisitos de capital não prejudicará o crescimento do Nubank.

“O crescimento do negócio de cartões de crédito exigirá um pouco mais de capital do que no esquema anterior, mas a empresa tem espaço suficiente para isso, devido à sua robusta posição de capital após o IPO”, diz o relatório. Portanto, a mudança não impede o crescimento da carteira de crédito do Nubank nem afeta suas estimativas.

O Itaú BBA acredita que o Nubank está bem capitalizado para a transição, com o modelo do banco de investimentos projetando que a carteira de empréstimos será de R$ 200 bilhões até 2026.

No formato atual, o capital regulatório seria de R$ 12 bilhões, contando as duas frentes do Nubank (pagamento e crédito). “Sob a nova proposta, a exigência de capital regulatório aumenta cerca 15% para um consolidado de R$ 14 bilhões”.

“O Nubank terá uma posição de capital regulatório de R$ 63 bilhões até 2026 (aproximadamente 50% do índice BIS, ou índice de Basileia), bem dentro da zona de conforto acima do requisito mínimo de 10,5%”, diz o Itaú BBA. A estimativa, portanto, é de um índice BIS de 11% até lá, mesmo sem assumir a não acumulação de lucros até o mesmo ano.

“Concluímos que a mudança não implica uma revisão para baixo de nossa projeção de crescimento da carteira de crédito ou a suposição de uma injeção de capital em nosso modelo. Todos os outros produtos de crédito do Nubank foram emitidos por seu braço financeiro (em linha com os requisitos de capital de banco assumidos em nosso modelo), que, desta forma, não é afetado pela mudança”, aponta o texto.

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Quais serão as mudanças?

De acordo com os analistas, a instituição de pagamentos (Nu Pagamentos) terá que fazer a transição para um novo conjunto de requisitos de capital até 2025, com o saldo da operadora de cartão de crédito sujeito a condições semelhantes às de outros bancos.

No modelo corrente, os cartões de crédito do Nubank precisam de um volume médio mensal de transações de 2%, mas as novas regras do BC podem levar essa exigência para 4,5% até 2025.

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“A nova (e provavelmente final) proposta é migrar gradualmente o Nubank para uma regra de Basileia de 10,5% dos ativos ponderados pelo risco (RWA) até 2025. Outra mudança potencial é reduzir o fator RWA para transações de cartão de crédito para 45%, dos 75% usuais aplicados a todos os saldos de cartão de crédito”, afirmam.

Uma nova ponderação menor deve ajudar a mitigar a exigência de capital adicional para o banco, dada a sua base de cartões de transações acima da média. O Itaú BBA prevê um efeito líquido nesse aspecto próximo de 15%, correspondendo à projeção da empresa de um impacto de 10% a 15%.

Contexto regulatório

Instituições de pagamento (IP) começaram a ser criadas em 2013, para desempenhar funções financeiras simples, para que custos fossem reduzidos e houvesse mais inclusão financeira. Porém, no caso do Nubank e muitas outras, as IP se desenvolveram e ficaram mais complexas e relevantes, principalmente no quesito do cartão de crédito.

A partir desse cenário, o BC adaptou-se, elevando os requisitos de capital e sem “perturbar” a sua função e utilização das instituições, mas manteve o amplo objetivo de promover a inclusão financeira e a concorrência. A proposta também melhora a visibilidade regulatória para empresas constituídas como o Nubank.

“O risco de cauda para o Nubank estava sendo forçado a operar sob uma licença bancária completa, que acreditamos ser dissipada pela nova proposta”, ressalta o relatório.

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Estimativas para o Nubank continuam inalteradas

As estimativas do Itaú BBA continuam inalteradas, mesmo com a queda de 15% das ações do Nubank desde a divulgação do comunicado, feito na última sexta-feira (11).

“Apesar de sua volatilidade, no entanto, não acreditamos que a mudança regulatória justifique uma revisão para baixo de nossas estimativas e/ou valor justo. Isso afetará apenas a forma como os saldos das transações de cartão de crédito são tratados”, apontam os analistas.

Eles acreditam que a nova estrutura provavelmente favorece operadoras de cartão de crédito com bases de transações maiores, como o Nubank. O período de transição gradual fornece visibilidade e espaço de manobra no caso de uma grande fusão e aquisição ou expansão global também exigir capital.

O Itaú BBA classifica a ação do Nubank como underperform, ou seja, abaixo da média do mercado. O preço justo da ação, nos próximos 12 meses, é de US$ 7, com potencial de valorização de 17,1%.

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Victória Anhesini

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