Nubank (NUBR33): Analistas apontam melhora, mas seguem sem recomendar compra
Os analistas do BTG Pactual (BPAC11) acabaram de revisar suas projeções para o Nubank (NUBR33), citando que a fintech está ‘adaptando sua estratégia ao cenário mais desafiador’. A recomendação segue neutra, com preço algo de US$ 4, na mesmo patamar da cotação atual.
A revisão vem alguns dias antes da publicação do resultado do Nubank no 2T22, a ser publicado no dia 15 de agosto.
“Dada a deterioração do ambiente macro, tanto local como fora do Brasil, o recente feedback que recebemos da administração é que o crescimento do crédito deve desacelerar, principalmente a carteira de crédito pessoal, onde o NU vem aumentando as taxas e ajustando o crédito limites. No segmento de cartões de crédito, onde a NU já conta com mais de 10 anos de experiência, o crescimento da carteira continua forte, impulsionado por novas funcionalidades de pagamento e a subsidiária mexicana”, dizem os analistas.
A expectativa é de que a normalização deve gerar deterioração um pouco mais forte na inadimplência de 90 dias, mas é possível observar melhor desempenho nos índices de curto prazo (15-90 dias), também ajudado pela menor sazonalidade do trimestre.
“O Nubank está agilizando as mudanças de eficiência, cortando alguns custos e ajustando taxas, enquanto a recente anúncio de redução de custos de captação, a nosso ver, mostra que eles entendem o aumento urgência para obter lucro”, diz o BTG.
Além disso, a casa aponta que a fintech tem adotado uma abordagem mais conservadora principalmente em empréstimos pessoais.
Nesse cenário o Nubank deve continuar ganhando market share em crédito ao consumidor, crescendo mais cautelosos e atento diante da deterioração do ciclo de crédito.
“E essa abordagem vem se traduzindo em aprovações de crédito mais baixas e juros mais altos taxas de empréstimos pessoais (as taxas aumentaram de cerca de 4,0% para 5,5% p.m. no 2T). Reforçamos que os bancos não podem depender apenas do reajuste das taxas, pois isso contribuiria para seleção adversa, acelerando os NPLs. Tudo isso dito, no segundo trimestre esperamos originação semelhante níveis como o último trimestre em termos absolutos (mas o crescimento do saldo devedor é naturalmente mais fraco em termos relativos)”, concluem os analistas.
Nubank deve sofrer com aumento da inadimplência, diz BBI
Os analistas do Bradesco BBI esperam um aumento de inadimplência do Nubank e mantém o rótulo ‘underperform’ – abaixo da média do mercado, equivalente a dizer que a ação tem um potencial não tão atrativo.
Nesse cenário, os analistas projetam um preço-alvo de US$ 3,30 para as ações do Nubank na NYSE.
A expectativa é de que ocorra uma deterioração do que é conhecido como crédito não produtivo (non‑performing loan, ou NPL, na sigla em inglês).
A tese do Bradesco é embasada nos dados do Banco Central (BC), que apontam uma escalada da inadimplência da indústria. Os analistas projetam que esse cenário ainda deve demorar para se normalizar e retomar o mesmo nível do período pré-pandemia.
“O índice médio de inadimplência de 90 dias para empréstimos pessoais (excluindo folha de pagamento) e cartões de crédito em fevereiro de 2022 estava 140 pontos-base abaixo do registrado em dezembro de 2019”, afirma o analista Gustavo Schroden, do Bradesco.
Da mesma forma, o especialista destaca que os dados do resultado financeiro do Nubank, referente primeiro trimestre de 2022, mostraram uma “deterioração significativa” dos indicadores de inadimplência de 90 dias.