As ações da Nubank (NUBR33) na Bolsa de Nova York caem cerca de 3,4% às 13h50, nesta quinta-feira (18), cotadas a US$ 4,90, após ter divulgado seu balanço do segundo trimestre de 2022 na segunda-feira (15). Além disso, os BDRs negociados na B3 têm queda de cerca de 3,65%, cotados a R$ 4,22. Mas relatório do Morgan Stanley vê valorização dos papéis da fintech.
O balanço do 2T22 não desanimou investidores e analistas, apesar dos números negativos: o banco digital teve prejuízo líquido de US$ 29,9 milhões no 2T22, aumento de 96,7% sobre os US$ 15,2 milhões do 2T21. A princípio, o mercado reagiu bem ao balanço e tanto a BDR quanto a ação listada nos EUA subiram.
Mas, na visão de bancos como o Bradesco BBI e o Itaú BBA, há pontos de preocupação, principalmente quanto à inadimplência do Nubank.
A inadimplência de empréstimos de 15 a 90 dias ficou estável entre abril e junho, comparado ao 1T22, em 3,7%. Por outro lado, a inadimplência acima de 90 dias teve elevação de 3,5% para 4,1%, considerando os atrasos acima de 90 dias e a operação no Brasil.
Entretanto, na avaliação do Morgan Stanley, multinacional americana de investimentos e serviços financeiros , o Nubank apresentou um balanço acima das expectativas no 2T22.
O banco internacional explica que o índice de inadimplência “ruim” do Nubank ocorreu pelo efeito de mix, em que o NPL (Non performing loan) subiu 60 pontos-base na comparação trimestral, para 4,3% e permaneceu abaixo do nível pré-Covid, próximo a 5%.
Os analistas descreveram que os números do 2T22 dos bancos de grande capitalização, como os do Nubank, apoiam sua visão mais construtiva.
Ainda além: O Morgan Stanley afirma que o Nubank está bem posicionado para crescer como uma das principais instituições financeiras da América Latina.
Assim, o Morgan reiterou recomendação de “overweight”, ou acima da média do mercado, para a ação do Nubank na NYSE, com preço-alvo de US$ 14.
O Nubank tem estratégias para aumentar o crescimento da receita, na visão do Morgan Stanley, com uma base de clientes em rápida expansão, lançamento e venda cruzada de novos produtos, entre outros pontos fortes.
Resultado do 2T22 do Nubank
Em termos ajustados, o Nubank teve lucro líquido de US$ 17 milhões, alta de 3,03% sobre igual período do ano passado. O montante ajustado é decorrente de despesas com remuneração baseada em ações e efeitos tributários.
Considerando só o Brasil, maior mercado para a fintech, a operação do Nubank passou a ficar no azul este ano, com lucro líquido contábil de US$ 13 milhões no primeiro semestre. O banco digital chegou a 65,3 milhões de clientes, um salto de 57% em 12 meses, considerando os negócios no Brasil, Colômbia e México, os três países onde atua. No crédito, ficou mais conservador nos últimos meses nas linhas de empréstimo pessoal. A carteira total chegou a US$ 9,2 bilhões, expansão de 4,5% em um trimestre.
Entre abril e junho de 2022, a receita líquida do Nubank somou US$ 1,15 bilhão, alta de 244% no comparativo anual, “uma vez que o Nu continua tendo eficiência no upselling e cross-selling do portfólio de produtos financeiros”, diz o relatório.