Nubank (NUBR33): redução de taxas da Mastercard pode encolher receita da fintech
Nesta quarta-feira (23), o Nubank (NUBR33) informou que a Mastercard, bandeira de todos os cartões do banco digital, lançou uma consulta pública propondo a redução das taxas sobre as transações presenciais de cartões pré-pagos. A diminuição seria dos atuais 1,2% para 0,8%.
Segundo o comunicado do Nubank, uma mudança desse tamanho poderá afetar as receitas do banco negativamente. A fintech indica que, se as mudanças estivessem em vigor desde 1º de janeiro de 2021, a perda anual teria sido de 2,4%.
No ano passado, as taxas de intercâmbio sobre os cartões pré-pagos representaram 8,1% da receita do Nubank. Considerando que a receita líquida da empresa em 2021 foi de US$ 1,69 bilhão, a perda seria de mais de US$ 40 milhões.
O movimento não é apenas da Mastercard. Em 2021, o Banco Central abriu uma consulta pública a respeito do tema, em que indicava uma redução mais brusca do que a proposta pela empresa: a queda seria para 0,5%. Além da Mastercard, a Visa também está revendo os preços praticados nos seus pré-pagos.
Mais um golpe contra os negócios do Nubank
Para o Nubank, trata-se do segundo golpe nos negócios do roxinho. Ainda em março, o Banco Central anunciou uma série de regras que vão demandar um volume maior de capital das fintechs para o serviço de crédito.
De acordo com analistas do Itaú BBA, a instituição de pagamentos (Nu Pagamentos) terá que fazer a transição para um novo conjunto de requisitos de capital até 2025, com o saldo da operadora de cartão de crédito sujeito a condições semelhantes às de outros bancos.
No modelo corrente, os cartões de crédito do Nubank precisam de um volume médio mensal de transações de 2%, mas as novas regras do BC podem elevar essa exigência para 4,5% até 2025.
Ao endurecer as regras para fintechs, a decisão do Banco Central fez as ações do Nubank chegarem às mínimas desde o IPO, em US$ 5,55, queda de mais de 40% desde o valor inicial de US$ 11,45.
O Itaú BBA acredita que o banco digital está bem capitalizado para a transição, com o modelo do banco de investimentos projetando que a carteira de empréstimos do roxinho será de R$ 200 bilhões até 2026.
“Concluímos que a mudança não implica uma revisão para baixo de nossa projeção de crescimento da carteira de crédito ou a suposição de uma injeção de capital em nosso modelo. Todos os outros produtos de crédito do Nubank foram emitidos por seu braço financeiro, que, desta forma, não é afetado pela mudança”, aponta o BBA.
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