Em relatório sobre os bancos brasileiros, analistas do UBS-BB destacaram que o Nubank (NUBR33) pode ser um player do setor que dê trabalho à concorrência com seus atributos de competitividade atuais.
Os especialistas levantaram dados da indústria de investimentos no Brasil com base no UBS Evidence Lab Brazil Credit Card & Investment Consumer. Com isso, viram que, em termos de plataforma, o Nubank pode ‘ameaçar’ a XP (XPBR31) e o BTG Pactual (BPAC11).
“A maioria dos clientes da XP e do BTG possui contas bancárias ‘prime’ [premium] no Nubank, apesar de o BTG ter uma base de clientes mais diversificada”, diz o parecer do UBS-BB.
Segundo o levantamento, há uma grande espaço para crescimento em faixas de renda menores – justamente as que o Nubank tem mais exposição, dada a proximidade com o público mais jovem.
O UBS-BB mostra que 39% dos indivíduos de Classe C ainda não possuem conta de investimentos, ante 6% que não possuem e integram a Classe A.
Além das observações sobre o Nubank, os especialistas da casa destacaram que entre os bancos tradicionais, apenas o Itaú (ITUB4) entrou no top 3 do NPS (Net Promoter Score, um indicador de satisfação de clientes) em 2022.
“O banco ficou atrás da Rico, cujo NPS cresceu de 53 para 71 para o primeiro lugar na pesquisa de 2022, ao passo que o BTG Pactual (com 67 pontos) seguiu na sua tendência de ascensão e ficou em segundo lugar”, revela o UBS-BB.
Os dados da pesquisa do UBS-BB também mostram que os Consultores Financeiros Independentes passaram a recuperar “algum significado” enquanto os aplicativos seguem em ascensão.
Nesse aspecto, os dados revelam que a grande maioria tem ‘digitalizado seus investimentos’, com 72% dos investidores usando aplicativos para se conectar com as corretoras, ante 70% da edição anterior da pesquisa.
Sobre o cartão de crédito – o produto que é ‘marca registrada’ do Nubank -, os dados indicam que são os nichos mais promissores dentre clientes de corretoras.
“Clientes de corretoras se interessaram por cartões de crédito e contas bancárias digitais em 48% e 41%, respectivamente. Enquanto isso, 35% dos entrevistados disseram que aceitariam Produtos de seguros de vida”, destaca o UBS-BB.
Cofundadora do Nubank vendeu parte das suas ações
A cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, realizou uma venda de 590 mil ações do banco digital, um volume equivalente a cerca de R$ 12,3 milhões no câmbio atual.
A empresária possui pouco mais de 2,5% do capital do Nubank, no qual atua como Chief Growth Officer (CGO).
As ações do Nubank negociam a US$ 4,60 nesta sexta-feira (3), representando uma queda de 1,4% no intradia.
Trata-se da primeira venda de participação feita por Cristina Junqueira.
Com a venda, a executiva se desfez de uma fatia de 0,5% do que detinha no banco digital.
Em nota enviada ao Suno Notícias, o Nubank reiterou que a porcentagem vendida é pequena em relação à participação da executiva no Nubank, e que a venda de ações do Nubank “ocorreu exclusivamente por motivos de gestão pessoal de patrimônio e liquidez”.