Com quedas sucessivas nas ações do Nubank (NUBR33) listadas em Nova York, a fortuna do fundador da fintech, David Vélez, encolheu em cerca de R$ 30 bilhões. A estimativa leva em conta a participação do empresário no equity da companhia, e toma como base a cotação dos papéis em Bolsa.
Com isso, agora, David Vélez está fora das listas de ‘maiores bilionários do mundo’. Em dezembro, quando ocorreu o IPO do Nubank, o fundador chegou a ter uma fortuna maior do que os sete brasileiros mais ricos do mundo, segundo a Forbes.
Alguns dos brasileiros que ficaram abaixo do colombiano, naquele período, foram Eduardo Saverin, um dos fundadores do Facebook, Jorge Paulo Lehman e Marcel Herrmann Telles, fundadores da Ambev (ABEV3).
A lista atualizada em tempo real da Forbes mostra Vélez como 671º mais rico do mundo atualmente. Agora, ele fica atrás do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual (BPAC11), que ocupa a posição 448 da lista, com patrimônio de US$ 5,5 bilhões.
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Fortuna derretida com temores do mercado
Com a queda de 15% nas ações do Nubank durante o pregão de quarta (11), o empresário viu sua fortuna de R$ 50 bilhões em ações do banco encolher para cerca de R$ 20 bilhões. O pregão foi marcante em Nova York porque, pela primeira vez, as ações do roxinho foram negociadas a um patamar abaixo de US$ 4.
Considerando que a conta é baseada no valor de mercado da companhia, Vélez pode recuperar o posto de bilionário e a fortuna caso as ações do Nubank voltem a subir.
Nos últimos dias, uma série de fatores têm deixado o mercado cauteloso em relação a investir nos papéis da fintech brasileira. No próximo dia 16 de maio, o banco irá divulgar os seus resultados do primeiro trimestre, relatório que é bastante aguardado pelos analistas para entender os avanços e o que esperar dos próximos meses da empresa.
Um dos temores dos analistas é que o Nubank apresente desaceleração no crescimento ou forte alta em gastos com provisões e inadimplência. O aumentos dos juros no Brasil e no mundo, mexe com a expectativa de avanços das empresas de tecnologia de modo geral.
Em Wall Street, não é somente o Nubank que sofre com derradeiras quedas, nomes como PagSeguro (PAGS34) e Stone (STOC31) também registram tombos superiores a 50%. Fintechs estrangeiras também passam pelo mesmo período de insegurança.
Em meio à essa tempestade, o banco roxinho chegou a anunciar que compraria 1% do seu caixa em bitcoin. O anúncio, contudo, não agradou os investidores e manteve a cotação em patamares baixos, de US$ 3,69, na quarta-feira.
O Nubank, contudo, não informou os valores aplicados. No fim de dezembro, o caixa e equivalentes da empresa era de US$ 2,706 bilhões. Ou seja, 1% disso seria cerca de US$ 27,056 milhões (cerca de R$ 138,062 milhões no câmbio atual).
Ações do Nubank são vistas com mais cautela
Mesmo analistas que viam ações ‘baratas’, passaram a adotar uma postura mais cautelosa, especialmente por conta dos questionamentos à qualidade do crédito concedido pelas fintechs. A pergunta mais frequente é se o cliente que fez o empréstimo terá fôlego para pagá-lo.
“Isso aumenta o risco de o Nubank eventualmente ter de frear a originação (concessão de crédito), diminuindo o ritmo de monetização e diminuindo as esperanças para 2023″, segundo relatório do Itaú BBA, assinado pelos analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard.
Vale lembrar que a Nu Holdings teve um ano de 2021 difícil, especialmente pela má qualidade de crédito. Com isso, a empresa viu seu lucro cair 79%, somando R$ 203 milhões. Suas despesas financeiras também deram um salto.
Contando com esses fatores, desde a estreia na bolsa, o BDR do Nubank, que são recibos das ações listadas na NYSE, fecharam cotados a R$ 3,23, em baixa de quase 70% desde o IPO.
Já as ações em Nova York caem 68%, desde o IPO do Nubank. Somente nos últimos cinco pregões, a baixa foi de 33%.