Quatro dias depois da badalada estreia do Nubank na Bolsa de Nova York, Cristina Junqueira, cofundadora do banco digital, passou a integrar a lista de bilionárias da revista Forbes. Seu patrimônio é de US$ 1,3 bilhão (ou R$ 7,4 bilhões).
A Forbes não informou qual é a colocação de Junqueira no ranking.
O patrimônio calculado pela revista seria o suficiente para colocar Cristina a entre as dez mulheres mais ricas do País na lista mais recente, de agosto, à frente de Camila Bueno Grossi (R$ 7 bilhões), acionista da Dasa (DASA5) e da Amil, e de Gisele Trajano (R$ 7,2 bilhões), uma das herdeiras de Onofre Trajano, parte da família que criou o Magazine Luiza.
Cristina é apenas a segunda brasileira a tornar-se bilionária com um empreendimento próprio, de acordo com a publicação. A primeira foi Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magalu (MGLU3), e que, na última lista de bilionários da revista, tinha fortuna estimada em R$ 23,5 bilhões.
Assim como o cofundador e CEO do Nubank David Vélez, Junqueira controla a companhia por meio de ações com supervoto, que não são listadas e têm 20 vezes o direito a voto dos papéis em circulação no mercado. O valor destas ações, entretanto, é o mesmo das que são listadas. Ela detém ainda 0,1% dos papéis de classe A, que são aqueles os listados em Bolsa.
Trajetória de Cristina
Atualmente grávida do terceiro filho – na verdade, uma menina, que deve chegar em fevereiro de 2022 -, Cristina Junqueira, de 37 anos, já tinha uma trajetória no mercado financeiro antes de se juntar ao colombiano David Vélez para fundar o Nubank. Por uma década, entre 2003 e 2013, ela trabalhou em consultoria estratégica e em bancos tradicionais.
No próprio Itaú, que foi desbancado pelo Nubank em valor de mercado, a empresária foi analista de sistemas, superintendente e gerente na área de cartão de crédito.
A experiência dentro do ‘bancão’ foi essencial para traçar os caminhos que trariam destaque à fintech, fundada em 2013. A ideia inicial era de que o Nubank fosse um contraponto às instituições financeiras tradicionais, com menos cobranças de tarifas e processos desburocratizados. Hoje, a fintech tem cerca de 48 milhões de clientes.
A executiva levou as duas filhas para Nova York, na semana passada, para acompanhar a estreia do Nubank na Bolsa de Valores. Nos dias anteriores ao IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), ela relatou ao Estadão/Broadcast dias intensos, com mais de dez reuniões com investidores. “O programa NuSócios (que dava o direito a clientes de comprar ações) foi super complexo de fazer.”
“Vamos continuar inconformados, sempre vai ter complexidade para a gente resolver, para melhorar a vida das pessoas”, afirmou Cristina, ressaltando que foi do inconformismo com o sistema financeiro que surgiu o Nubank. “A gente começou, todo mundo falava que era impossível, que não dava. E eu adoro, me falou que é impossível aí que vou mostrar que é (possível)”, disse.
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