Nubank (NUBR33) chega a R$ 106 bi em ativos sob custódia no Brasil no 3T22, alta de 52%
O Nubank (NUBR33) encerrou o terceiro trimestre de 2022 com mais de R$ 106 bilhões de ativos sob custódia no Brasil, aumento de 52% em 12 meses, segundo comunicado do banco. Esses valores incluem recursos depositados na conta digital e em investimentos de seus 66,4 milhões de clientes.
O Nubank informa ter chegado a mais de 6,2 milhões de clientes investidores ativos ao final de setembro, ressaltando que a empresa “já pode ser considerada a maior plataforma 100% digital de investimentos na América Latina”.
Do montante sob custódia registrado ao final do terceiro trimestre, R$ 40 bilhões (38%) foram distribuídos em produtos de investimentos disponíveis no aplicativo do Nubank e na plataforma NuInvest.
Este total reflete um aumento de 29% em relação ao mesmo período de 2021 e inclui o primeiro R$ 1 bilhão de ativos sob gestão da Nu Asset Management, a gestora de fundos de investimentos do Nubank, registrados em setembro.
UBS: 5º maior banco em número de clientes, Nubank ultrapassa Santander (SANB11)
O Nubank (NUBR33) passou a ser o quinto maior banco do país em volume de clientes, com um volume total de 64,8 milhões. Os dados são de um levantamento do banco UBS.
O UBS elaborou o ranking com base nos dados revelados pelo Banco Central (BC), que por sua vez considera as informações do Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional (CCS) e o Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR). O Nubank, nessa métrica, ultrapassou o Santander (SANB11) e agora é o quinto maior banco em número de clientes.
Frequentemente as próprias instituições financeiras divulgam seus dados de volume de clientes, mas as métricas costumam variar, já que a metodologia de contabilização fica a critério do próprio banco e não necessariamente passa por uma auditoria.
Segundo o UBS, o maior banco do Brasil em número de clientes é a Caixa, que soma quase 150 milhões. São mais de 40 milhões de clientes a mais do que o segundo do ranking, o Bradesco (BBDC4), que soma cerca de 102 milhões de clientes.
Além disso, o levantamento dos especialistas da casa demonstra que os cinco bancos maiores bancos incumbentes – ou seja, sem considerar as fintechs e os ‘entrantes’ – somam 480 milhões de clientes.
Isso, dado que um único cliente pode ser ter conta em várias instituições financeiras.
Ou seja, 53% dos clientes de bancos no Brasil possuem contas em um dos cinco maiores players do setor bancário.
Ranking de maiores bancos em volume de clientes, segundo o UBS
- Caixa: 148,3 milhões de clientes
- Bradesco: 101,8 milhões de clientes
- Itaú (ITUB4): 95,5 milhões de clientes
- Banco do Brasil (BBAS3): 73,6 milhões de clientes
- Nubank: 64,8 milhões de clientes
- Santander: 61,0 milhões de clientes
- Original: 42,2 milhões de clientes
- Mercado Pago: 39,4 milhões de clientes
- PagBank: 25,9 milhões de clientes
- C6 Bank: 21,3 milhões de clientes
Os dados mostram que o crescimento de clientes das fintechs e bancos digitais tem aumentando vertiginosamente.
Segundo o UBS, foram 111 milhões de novos clientes bancários neste ano de 2022, até então. Desse volume total, somente 14% foram clientes dos bancos tradicionais, ao passo que mais de 40% entraram em ‘bancos entrantes’, como o C6 e o Nubank.
Somente em 2022, o Nubank aumentou sua base em cerca de 15 milhões de clientes.
Enquanto isso, o Mercado Pago cresceu sua base de clientes em cerca de 12 milhões e o C6 cresceu 7,7 milhões.
Logo atrás, Original e Inter (INBR32) somaram 6,3 milhões e 6,1 milhões, respectivamente
Veja as perspectivas para o 3T22
O Nubank (NUBR33) divulgará seu resultado trimestral no fim da primeira quinzena de novembro e, para a divulgação do resultado financeiro, analistas esperam uma nova leva de prejuízo.
O Itaú BBA estima R$ 176 milhões de prejuízo na linha final do resultado do Nubank do 3t22, considerando um aumento de 140 pontos-base em NPLs (taxas de crédito inadimplentes) consolidadas, a 6,8%.
“Os investidores provavelmente ficarão desapontados com a alta contínua em NPLs no terceiro trimestre de 2022 (tanto em 15 e 90 dias e acima de 90 dias), apesar do recente tom esperançoso adotado pela administração”, dizem os analistas da casa.
O risco de crédito já era citado em pareceres passados do banco. Mesmo com encontros positivos com o time de executivos da empresa, o BBA destaca que a qualidade dos ativos de crédito deve levar o Nubank a sangrar mais com o ciclo atual.
Além disso, a exposição a uma grande fatia de correntistas de baixa renda aumenta o risco consideravelmente. A tese é semelhante à do Bradesco (BBDC4) que é o ‘menos querido’ dos bancões por conta das concessões de crédito às pequenas e médias empresas (PMEs), o que aumenta o risco de inadimplência.
“Também notamos diversos dias de interrupções nos sistemas/aplicativo do Nubank no Brasil desde o início do quarto trimestre de 2022, o que também devem machucar as estimativas para o fim de ano e o NPS”, acrescenta o BBA.
Da mesma forma, o BTG Pactual (BPAC11) segue neutro no caso. Os analistas, ainda nos últimos dias, se encontraram com o CEO do Nubank, David Vélez. Apesar da mesma sensação de otimismo que os analistas do BBA, a recomendação seguiu neutra para os papéis.
“Estamos aprendendo cada vez mais sobre o Nu, e essas reuniões definitivamente fazem a diferença. Nosso viés também continua melhorando, mas, por enquanto, permanecemos neutros”, disseram.
Contudo, a tese dos analistas inclui o fato de que o Nubank fornece poucos custos ao correntista. Segundo o BTG. Em um ambiente de competição acirrada, essa é ‘a chave para o sucesso de longo prazo‘.
“Combinado com custos mais baixos devido a menos agências, isso deve aumentar o valor de mercado do setor financeiro local, o que significa que o pool (acordo temporário entre empresas) de lucros do setor bancário crescerá, beneficiando o Nubank”, pontuam os especialistas.
Com informações do Estadão Conteúdo