Levantamento do Banco Central (BC) sobre as reclamações de clientes entre as maiores instituições financeiras do país no primeiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira (21), mostra que o C6 é o que acumula o maior número. O Nubank (NUBR33) ficou na penúltima posição da lista, atrás de bancos tradicionais como o Itaú (ITUB4) e o Bradesco (BBDC4).
O documento elaborado pelo BC, que inclui 15 das maiores instituições financeiras do país, foi desenvolvido a partir do número de reclamações reguladas consideradas procedentes, dividido pelo número de clientes e multiplicado por 1 milhão.
O Nubank só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, que ocupou a última posição da lista.
O roxinho ficou com 7,48 pontos. Enquanto isso, o campeão das reclamações, o C6 Bank, teve 77,99 pontos, com 1.265 registros procedentes.
Confira a lista completa:
- C6 Bank: 77,99
- BTG Pactual (BPAC11)/Banco Pan (BPAN4): 68,20
- Banco Inter (INTR31): 48,85
- BGM: 47,20
- Santander (SANB11): 27,37
- Bradesco (BBDC4): 25,22
- Mercado Crédito: 24,96
- Original: 21,59
- PagBank Pagseguro: 14,87
- Caixa Econômica Federal: 13,17
- Banco do Brasil (BBAS3): 12,32
- Itaú (ITUB4): 12,26
- Votorantim: 8,17
- Nubank: 7,48
- Midway: 2,87
As reclamações mais frequentes dos clientes das instituições financeiras são irregularidades relativas à integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões e operações de crédito.
Há queixas ainda sobre ofertas ou prestação de informação sobre crédito consignado de forma inadequada.
Com a greve dos servidores do BC, a lista sofreu atraso para ser publicada. A data original da publicação seria 20 de abril. Com a paralisação, a instituição decidiu não coletar os dados para o segundo trimestre e irá divulgar novamente em outubro, com referência ao período de julho a setembro.
Nubank: o que esperar do resultado do 2T22? BTG responde
O BTG Pactual publicou ontem relatório com uma projeção sobre o resultado do Nubank (NUBR33) no segundo trimestre de 2022 (2T22). O balanço será divulgado em 15 de agosto. Os analistas veem o banco digital com urgência em obter lucro, com corte de custos, de financiamentos e de ajuste em suas taxas. A previsão é de redução de perdas em relação ao 1T22, margens pressionadas e freio no crescimento das linhas de crédito.
O banco de investimentos manteve a recomendação “neutra” para as ações do Nubank listadas no mercado acionário americano. Embora diga que seja “fã da história do banco”, o BTG considera que o preço se mantenha volátil e pressionado até o fim de 2022, devido à valorização ainda exigente das ações do roxinho e a piora do cenário macro.
Para os resultados do segundo trimestre do ano, o BTG espera pressão sobre a margem bruta do Nubank, originada por provisões e juros mais altos. Assim, para o 2T22, projetou a margem bruta em torno de 31%, ante 33% no 1T21, e uma perda líquida de US$ 32,5 milhões, contra US$ 45,1 milhões no 1T21.
O BTG Pactual também projetou que o crescimento de linhas de crédito, principalmente pessoais, deve desacelerar, em decorrência do aumento de taxas e ajuste de limites de créditos. As taxas aumentaram cerca de 4%, para 5.5% p.m (por mês) no segundo trimestre.
Mas, pondera o BTG, o Nubank possui apenas 3 anos de experiência no segmento de linhas de crédito, o que explica essa abordagem mais cautelosa.