Nubank (NUBR33): BTG vê riscos em segmentos importantes do banco e espera volatilidade

Os analistas do BTG Pactual (BPAC11) se reuniram com executivos do Nubank (NUBR33) e, apesar de destacarem uma “discussão de qualidade” e uma “gestão impressionante”, seguiram com recomendação neutra para as ações do banco, com preço-alvo de US$ 4 – ante cotação atual de US$ 4,33 na NYSE.

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No relatório, é destacado que o Nubank é “extremamente centrado no cliente e tem a experiência do usuário como prioridade máxima”. Contudo, a recomendação seguiu neutra por causa da valorização “ainda exigente” e um cenário de risco maior justamente nos segmentos que o Nubank tem maior exposição – como crédito individual não garantido.

Assim, os analistas ainda esperam volatilidade nas ações do Nubank e um preço ainda pressionado neste ano de 2022. Contudo, a conversa com os executivos fez com que a casa “desse o benefício da dúvida” à fintech, enxergando-a como “talvez algo que nunca vimos antes”.

“Mais uma vez, saímos de uma reunião com Nubank realmente impressionados com a qualidade da discussão, o conhecimento da equipe de gestão e a sua visão para o modelo de negócio. O Nubank é, de fato, uma empresa internacional (tanto COO quanto CPO são estrangeiros), mas com amplo conhecimento dos aspectos locais do sistema financeiro, amparado por um vasto banco de dados e 9 anos de operação”, diz o relatório da casa.

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Segundo o parecer dos analistas, a discussão com os executivos girou em torno do processo de subscrição de crédito, novos produtos, custo de captação e expansão geográfica, entre outros.

Nesse aspecto, a gestão defendeu que possui um baixo custo de aquisição do cliente (CAC) e que, em outros indicadores, também ostenta custos mais baixos, o que o coloca em posição de possível líder na América Latina.

Indicadores financeiros do Nubank - Reprodução/BTG Pactual
Indicadores financeiros do Nubank – Reprodução/BTG Pactual

Segundo o BTG, a experiência coletiva desses profissionais ajudaram a moldar a filosofia chave de subscrição de crédito do Nubank, que pode ser resumido em três princípios:

  • Antes de ampliar um novo produto de crédito, é importante fazer várias rodadas de testes aleatórios;
  • Sempre espere volatilidade, o que significa que os modelos de crédito devem se concentrar em garantir rentabilidade saudável mesmo em cenários de maio estresse;
  • Evitar a seleção adversa por meio da compreensão de outras variáveis, como o conhecimento dos motivos que levaram o cliente a contrair um empréstimo ou até mesmo a criação da sua conta

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Ou seja, a vantagem competitiva do banco, segundo o BTG, é a coleta de dados, que permite uma adaptação rápida e simples – e, no caso do roxinho, com custos baixos.

Nubank está ‘pronto para surfar o Pix’

Com a ampla adesão do Pix desde que a ferramenta foi lançada, em 2020, os analistas destacam que o banco digital tem grande potencial e se preparou adequadamente para o contexto, “compreendendo o poder disruptivo que a nova solução de pagamento poderia ter”.

“Em outubro de 2020 o Nubank já tinha o maior número de chaves Pix registradas. E agora, comdo recém-lançado NU Pay, o grupo está focado na criação de soluções integradas ao Pix, oferecendo crédito embutido e mais recursos focados no comerciante”, diz o BTG.

“O Nubank parece estar focado em fornecer o melhor produto para seus clientes de forma transparente, mesmo que possa impactar seus ganhos, e essa pode ser uma fórmula poderosa para ganhar cada vez mais participação de mercado”, segue.

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Eduardo Vargas

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