O BTG Pactual reiterou sua recomendação “neutra” para as ações do Nubank (NUBR33) listadas na NYSE, com preço-alvo de US$ 4,50, após conversar com a equipe de RI do banco digital. Os analistas do BTG avaliam que o atual preço não deixa muito espaço para erros nas projeções. E prevê alta da rentabilidade, com aumento de crédito.,
As ações do Nubank fecharam o pregão desta terça (30) cotadas a US$ 4,89, com recuo de 0,61%. “A avaliação é agora mais razoável em comparação ao preço do IPO, a um patamar “exigente” de 4,8x, com valor de mercado em linha ao do Banco do Brasil (BBSA3), Santander (SANB11), acima do BTG Pactual (BPAC11) e quase 2x XP”, lembra o time de análise.
A equipe de RI do Nubank é liderada por Jorg Friedmann. O BTG acredita que ele irá ajudar o Nubank a se conectar com investidores brasileiros.
O principal assunto discutido foi a qualidade do ativo e sua deterioração. “[Jorg] reforçou a confiança de Nu em sua capacidade de superar o mercado em NPLs (também muito bem provisionado)”, disseram os analistas do BTG.
Em termos de projeções para o Nubank, o BTG destacou:
- Aumento da penetração da carteira de cartões de crédito com juros;
- NPLs de 90 dias aumentarão nos próximos trimestres, enquanto os NPLs de 15-90 dias provavelmente
permanecerão “planos”; - Novas regras de depósito devem reduzir custos de financiamento;
- Os ventos a favor do NIM (margem líquida de juros) devem melhorar a lucratividade do semestre;
Segundo o BTG, se o cenário macro não se deteriorar muito em 2023, a recente desaceleração, junto com o crescimento da carteira e NPLs potencialmente estáveis, podem desencadear um risco maior para os resultados do ano que vem.
O BTG também destacou o foco do Nubank na busca em se consolidar como vencedor em seus produtos brasileiros, além do lançamento do produto de crédito consignado até o fim de 2022. Mencionou também o lançamento de contas correntes no México e na Colômbia, entre este ano e 2023.
“A fintech é premium da América Latina, agora com uma avaliação que deixa muito limitado o espaço para erro”, diz o BTG.
Os analistas ponderaram que os investidores seguem preocupados com a potencial deterioração da qualidade dos ativos bancários. Entretanto, o Nubank parece convencido, segundo o BTG, de que está bem provisionado para esta deterioração, tendo ajustado as taxas de juros para compensar os riscos.