O Nubank (NUBR33) quer ampliar a sua participação no mercado de criptoativos após abrir uma plataforma para negociação no seu app.
Nos últimos meses o banco começou as negociações de bitcoin e ethereum no seu app – com o Nubank Cripto – e agora a fintech se prepara para lançar a própria moeda digital.
De acordo com fontes da área de tecnologia do Nubank, o banco digital vem trabalhando para lançar uma criptomoeda proprietária até 2023. Questionado sobre o novo modelo de investimento, o banco disse que não comentaria.
Para viabilizar o projeto, o Nubank destacou uma equipe de tecnologia para desenvolver a moeda digital. Em maio deste ano, a companhia havia anunciado uma parceria com a startup Paxos Trust, de blockchain, para viabilizar o serviço de compra e venda de criptomoedas no seu aplicativo de celular.
Segundo informou o banco em comunicado da época, menos de um mês após o lançamento a plataforma de negociação de criptos havia atingido a marca de 1 milhão de clientes.
A movimentação do banco em torno de uma moeda própria ocorre em meio ao aumento do interesse dos bancos tradicionais em oferecer modalidades de investimentos de maior risco.
Nas últimas semanas, o Santander (SANB11) anunciou a liberação de criptomoedas aos clientes. Já o Itaú disse que estuda a possibilidade de ter criptoativos na sua carteira.
Na segunda-feira (15) duas plataformas foram lançadas: a Xtage, da XP (XPBR31), e a Mynt, do BTG Pactual (BPAC11). Nomes como PicPay e Mercado Pago também têm investido em ações dentro do mercado de criptoativos.
Nenhuma dessas instituições, porém, tem sua própria moeda digital.
Moeda do Nubank será descentralizada
Segundo Ayron Ferreira, analista-chefe de ativos digitais da Titanium Asset, o sucesso de uma nova moeda no mercado de cripto dependerá de como a companhia vai desenvolver o modelo de negócio, garantindo que ele seja simples aos olhos do cliente.
“Uma nova moeda precisa ter usabilidade, para mostrar que não é apenas um objeto de especulação.”
Outro ponto importante, segundo Ferreira, é a descentralização.
Ele explica que uma moeda que tenha seu poder de venda majoritariamente centralizado nas mãos de uma única empresa pode gerar desconfiança.
“Um dos principais atrativos do bitcoin e da ethereum é, justamente, o fato de ambas as moedas estarem descentralizadas.”
Apesar dos desafios, o analista pontua que a ligação do banco com um público jovem e mais disposto a investir em ativos digitais pode ser um diferencial na hora de lançar sua criptomoeda.
“O Nubank tem dinheiro suficiente para desenvolver esse projeto, tem uma estratégia de marketing interessante e também uma proximidade com o público mais jovem”, avalia.
Com informações do Estadão Conteúdo