Nubank (NUBR33) anuncia reestruturação na área de operações no Brasil e demite 296 funcionários

Em comunicado à imprensa publicado nesta quarta-feira (7), o Nubank (NUBR33) anunciou uma reestruturação da área de operações no Brasil, o que acarretou no fechamento de 296 vagas no setor.

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Segundo a empresa, a área de operações do Nubank era dividida em unidades independentes focadas em cada produto, o que atende o período passado de expansão de um produto para uma plataforma multi-produtos.

“Agora, com um portfólio robusto, e após uma profunda análise de modelos e processos, foi identificada a necessidade de consolidar as equipes de produto em uma organização centralizada”, disse o Nubank, acrescentando que, com o novo modelo, algumas funções e posição se tornaram redundantes.

Ainda de acordo com a nota, o Nubank afirma que diversos grupos de funcionários do Nubank já foram ou serão reposicionados internamento em outras funções e equipes, e que ofereceu um pacote de benefícios aos funcionários desligados.

“As movimentações ocorrem em funções administrativas, e não terão impacto no atendimento final ao cliente”, destacou o banco, que neste momento, não prevê outras reestruturações no Nubank.

O banco digital afirmou que unificou as equipes da área de Operações, que antes eram separadas por produto, organização que era necessária para expandir a prateleira nos primeiros anos de operação.

Segundo o Nubank, haverá ganhos de escala com a gestão integrada dos produtos e serviços. As funções eliminadas vieram da detecção de redundâncias na unificação das equipes, e parte dos funcionários se realocou no neobanco.

“O time de operações tem quase 2 mil pessoas no Brasil”

Os dispensados do Nubank receberão benefícios como salários adicionais por tempo de casa, extensão temporária do plano de saúde e uma verba de apoio para recolocação no mercado. “As movimentações ocorrem em funções administrativas, e não terão impacto no atendimento final ao cliente”, afirmou o Nubank.

Pessoas que foram dispensadas, ouvidas pela reportagem sob anonimato, afirmaram que os cortes estão sendo feitos por grupos. Segundo os relatos, houve uma conferência com o gerente da equipe para comunicar as dispensas, sem que as lideranças diretas tivessem sido informadas. “O time de operações é formado por quase 2 mil pessoas no Brasil”, disse uma delas.

Nos últimos meses, a fintech fez outras dispensas de modo pontual, também após reorganizações internas. Um dos ex-funcionários disse que, nos últimos meses, houve discussões sobre cortes que geraram apreensão nas equipes.

“Alguns meses depois, foi anunciado que passaríamos por uma grande mudança na área de operações, e foi algo que trouxe ansiedade novamente”, disse essa pessoa, sob anonimato. “Eu já tinha passado por reestruturações, e sempre ocorrem desligamentos.”

Outros bancos digitais, como Neon e C6, também fizeram cortes de centenas de funcionários, focados, em muitos casos, nas áreas de produto, menos demandadas agora que a plataforma das instituições estão completas.

O Nubank acaba de completar dez anos de existência, e na última semana, começou a patrocinar o Jornal Nacional, da TV Globo, um dos mais caros espaços publicitários do País.

Nubank vira segundo maior banco do Brasil

Nubank voltou ao grupo das companhias com maior valor de mercado no Brasil.

Com a retomada do otimismo devido aos últimos resultados trimestrais do Nubank, a fintech mostra uma valorização na casa dos 90% no acumulado de 2023.

Com isso, o valor de mercado foi catapultado e fez com que o roxinho passasse a valer mais do que gigantes como o Bradesco (BBDC4).

Atualmente o Nubank vale cerca de US$ 31,5 bilhões, dada a cotação dos papéis na NYSE. No câmbio atual, são cerca de R$ 160 bilhões.

Enquanto isso, o Bradesco vale R$ 154 bilhões e o Banco do Brasil (BBAS3) mostra um valor de mercado de R$ 129 bilhões.

O único banco brasileiro que fica na frente do Nubank é o Itaú (ITUB4), que ostenta um valuation de R$ 240 milhões – abrindo uma folga relevante ante o restante do ranking.

A conquista é um marco após a empresa realizar investimentos pesados – e que a mantiveram no vermelho – durante um tempo considerável para alcançar uma base sólida de clientes.

O próprio CEO, David Vélez, classificou recentemente seus clientes como “difíceis de agradar” por serem “fanáticos”.

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Entre as marcas mais valiosas

Nessa toada, o banco digital passou a integrar a lista de marcas mais valiosas do Brasil da Interbrand, ocupando a sétima posição.

Juntamente com o Nubank, outros quatro bancos aparecem no ranking figurando como marcas mais valiosas. O líder, inclusive, é o Itaú (ITUB4).

Além disso, o Nubank também tem investido em outros nichos além do crédito para pessoas físicas de baixa e média renda – o que aumentava o receio de analistas acerca do risco de inadimplência.

Em coletiva após o evento de 10 anos da empresa, a Co-fundadora e Chief Growth Officer (CGO), Cristina Junqueira, destacou que o banco deve mostrar mais esforços em conquistar um público de alta renda nos próximos anos.

“Na alta renda, 63% já são clientes, têm cartão, mas não usam o Nubank como banco principal. Nosso objetivo é nos tornamos o banco principal desses clientes. O Ultravioleta é um produto importante, mas estamos trabalhando em uma proposta de valor mais holística”, disse Junqueira.

CEO, David Vélez, também destacou que a empresa tem um patamar relativamente saudável de inadimplência, apesar do teor da exposição de crédito da fintech.

“Se quebramos isso por segmentos, na baixa renda temos inadimplência 50% menor do que o mercado. Essa vantagem cai à medida que a renda vai aumentando. Porque a vantagem que temos, em termos de dados e infraestrutura, fica menor em segmentos de mais alta renda”, disse.

Em outra ponta, o banco comunicou que entrará na modalidade de crédito consignado. Inicialmente o crédito consignado do Nubank ficará disponível somente para servidores públicos federais.

O movimento, vale destacar, ocorre em meio à uma suspensão da modalidade de concessão de crédito por parte de outros bancos, considerando a recente redução no teto de juros por parte do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPQ).

“Ao longo do semestre, pretendemos ampliar a oferta do NuConsignado gradualmente para a totalidade dos servidores públicos federais que já sejam clientes do Nubank”, disse o banco digital, em comunicado.

Com Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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