O Nubank (NUBR33) confirmou por meio de nota que, após concluir a análise técnica dos requisitos já disponíveis do Desenrola, irá participar do programa.
O Nubank disse que dará baixa na negativação das pessoas com dívidas de até R$ 100 e compartilhará mais detalhes de sua adesão conforme avançar no processo.
“O Nubank informará, oportunamente, as condições e critérios para renegociações no âmbito do programa, assim como os canais de atendimento que serão disponibilizados”, diz a nota.
Na segunda-feira (17) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha estimado que a desnegativação de dívidas na primeira fase do Desenrola pode chegar a R$ 200 milhões se houver a adesão do Nubank e o número de CPFs atingidos poderia passar de 1,5 milhão para 2,5 milhões.
“Tem um banco só que está em dúvida de adere ou não, porque ele tem pouca vantagem no crédito presumido e tem 1 milhão de pessoas negativadas: o Nubank. Estamos aguardando. Se eles aderirem, serão 2,5 milhões de CPFs [com o nome limpo]”, disse Haddad.
A regra atualmente prevê limpar o nome automaticamente de quem tem dívida negativa de R$ 100.
“Essa dívida [de até R$ 100] não poderá voltar a ser negativada. O efeito da negativação na vida do devedor cai naquele momento, como restrições para fazer contrato de aluguel e comprar com carnê. A dívida continua [crescendo] em termos contábeis, mas tem a negativação definitivamente suspensa naquele momento”, diz o assessor especial da Secretaria de Reformas Econômicas Alexandre Ferreira.
Desenrola começou nesta semana
O Desenrola Brasil, programa de renegociação do governo federal, passou a vigorar a partir dessa segunda-feira (17).
O programa deve afetar milhões de brasileiros, estabelecendo novos critérios para renegociação de dívidas. Além disso, o Desenrola prevê limpar o nome de diversas pessoas físicas.
Você pode conferir todos os detalhes sobre o programa aqui.
Como o programa impacta o Nubank e outros bancos
Segundo analistas da XP, a casa vê o Desenrola com bons olhos.
“No Faixa 1, previsto para ser lançado em setembro, que vai englobar dívidas bancárias e não bancárias, o benefício é o fato de contar com garantia do FGO. Já para o Faixa 2, o diferencial será a possibilidade de constituição de crédito tributário no mesmo montante das renegociações”, diz a casa.
“Entendemos que, embora o curso normal dos negócios do setor financeiro já preveja a possibilidade de renegociações, o incentivo oferecido pelo governo pode permitir que essas instituições sejam mais agressivas na definição das condições mais atrativas. Ademais pelo fato de que as dívidas elegíveis ao programa já terão mais de 6 meses e, segundo a resolução 2.682 do BCB, provavelmente, já estarão 100% provisionadas”, completa.
O programa deve contemplar os principais bancos, como Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), além de fintechs como o Nubank.
Com Estadão Conteúdo