O primeiro balanço pós-IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) do Nubank (NUBR33) será divulgado nesta terça (22), após o fechamento do pregão na B3 (B3SA3) e em Nova York.
A ansiedade do mercado pelos resultados do quarto trimestre de 2021 levou os papéis negociados no Brasil por meio de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) a mais um dia de tombo. As ações do Nubank fecharam em queda de 12,8%, cotadas a R$ 7,50. Com as ações negociadas em NY não foi diferente, e o banco digital caia 8,83%, negociado a US$ 8,98. Mas no after hours sobem 2%.
À espera do balanço do Nubank, o UBS BB prevê um bom resultado: destaca uma previsão de 4 milhões de novos clientes no 4T21, que totalizaria 52 milhões. Além disso, espera crescimento de 14% da carteira de crédito, chegando ao patamar de US$ 6 bilhões.
Tendo como base a receita de tarifas geradas pelo negócio de cartões de crédito dos três maiores bancos privados do Brasil — Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) — que mostraram uma expansão de 12% entre o terceiro e quarto trimestre, o UBS estima que o negócio de cartão de crédito do Nubank deve vir forte.
Apesar disso, o UBS estima prejuízo de US$ 15 milhões, enquanto o consenso do mercado prevê US$ 10 milhões. Mesmo assim, tem recomendação de compra para as ações do Nubank na NYSE, ao preço-alvo de US$ 12,50.
Ciclo de crédito deve desafiar Nubank, diz BTG
Mas nem todos pensam assim. O BTG Pactual (BPAC11) recomenda a venda dos papéis, mirando um preço de US$ 8,50 na janela de 12 meses.
Os analistas do banco de investimento destacam que o banco digital não está ‘imune’ ao ciclo de deterioração de crédito que deve vir nos próximos meses. Para eles, as ações do Nubank cotadas a US$ 9 ou 10 – preço mais de 20% abaixo do pico registrado no dia do IPO – ainda são caras.
“Apesar da crescente preocupação com a qualidade dos ativos e do bom desempenho das ações de bancos incumbentes neste ano, notamos que investidores e agentes de mercado estão cada vez mais preocupados com a deterioração do ciclo de crédito à frente, especialmente para empréstimos ao consumidor não garantidos”, diz o relatório.
Os analistas do Itaú BBA também soltaram um relatório prevendo o papel em US$ 8, nesse horizonte de um ano, citando a qualidade de crédito e as perspectivas econômicas para o país.
O UBS BB lembra que, mesmo o Nubank sendo menos lucrativo que seus concorrentes, sua base de clientes ainda é maior. O banco também vem se expandindo em um ritmo mais acelerado, algo que deve favorecê-lo ao longo prazo.