Nubank (NUBR33): analistas apontam ‘dura verdade’ sobre números e consideram ações ‘caras’

Em nova análise sobre as ações do Nubank (NUBR33), os especialistas do Santander reiteraram sua tese sobre os números referentes ao retorno da companhia divulgados oficialmente.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/11/1420x240-Banner-Home-3.png

Além disso, os analistas apontam que o Nubank apresentou um modelo disruptivo no mercado, é um forte competidor e “um modelo a ser seguido”, mas os números atuais são de uma ação ‘cara’.

Isso porque o valuation atual não é atrativo, segundo o Santander, considerando a cotação das ações do Nubank em US$ 4,86 na NYSE. O preço-alvo da casa é de US$ 3 para os papéis.

O que balizou o novo parecer do Santander foi o fato de que no seu último resultado o Nubank apresentou um Retorno sobre Patrimônio (Return on Equity, ou ROE) de 40%, o que chamou atenção do mercado.

Ainda assim, a tese da casa é de que esse indicador não necessariamente reflete um cenário positivo para as ações da companhia.

A discordância foi tanta que o título do novo parecer foi “A dura verdade sobre o ROE de 40%”.

“Quando o Nubank divulgou seus resultados do 4T22, o destaque estava em seu ROE ajustado da operação de 40% (ou 35% usando o lucro líquido reportado). Desde então, vários investidores discutindo nosso ponto de vista diferente sobre a empresa”, disseram os especialistas do Santander.

“Decidimos escrever este relatório e refazer a análise usando nossas premissas dos resultados do 4T22 para estimar qual seria o valor ajustado do ROE do Nubank no 4T22. Pelos nossos cálculos, seria 5% (de 9%) no nível da holding e 11% (de 40%) para a subsidiária brasileira”, seguem.

Os analistas chamam atenção para os pontos positivos e negativos desse aspecto. No lado positivo, destacam a otimização de custos.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/11/1420x240-Banner-Home-2-1.png

“Durante o 4T22, o Nubank introduziu as ‘caixinhas’, um iniciativa para reduzir as despesas financeiras globais da empresa. Os resultados tangíveis já eram visíveis no 4T22, e acreditamos que há espaço suficiente para que mais otimizações aconteçam nos próximos trimestre, pois ainda não vimos o efeito em um trimestre inteiro”, diz a casa.

Já no lado das desvantagens, os especialistas apontam:

  • Limite de 0,7% na taxa de intercâmbio no de cartão pré-pago (que pode reduzir a receita)
  • Deterioração na qualidade dos ativos da empresa, com provisões maiores devido à inadimplência
  • Quantidade de capital alocada no Brasil relativamente baixa

Sobre o terceiro ponto, dos investimentos no Brasil, os analistas afirmam: “Achamos que o patrimônio alocado atualmente no Brasil é muito baixo, sendo menos de um terço do total do patrimônio total da holding, embora sua operação brasileira represente mais de 90% do total da receita gerada pela empresa”.

Resultados ‘exagerados’ do Nubank no Brasil e risco de teto de juros para o cartão rotativo

Em complemento aos pontos levantados, os especialistas ‘aproveitaram para levantar duas questões’ sobre a companhia.

A primeira é sobre como a alocação de despesas entre as subsidiárias da holding pode ‘exagerar’ os resultados operacionais do Brasil.

A segunda indica como o teto da taxa de juros para o cartão de crédito rotativo pode afetar a companhia, dado que esse tema tem ocupado as manchetes. Segundo os cálculos da casa, se o teto for firmado em 8%, isso poderá e pode afetar a receita do Nubank em 17%.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/11/1420x240-Banner-Home-4.png

Eduardo Vargas

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno