Nubank (NUBR33) terá lucro ou prejuízo no acumulado de 2022?
O Nubank (NUBR33), fintech que ficou famosa pelo grande market share entre pessoas físicas no Brasil, vai reportar seu balanço financeiro nesta terça-feira (14), após o pregão na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), onde é listada.
Segundo as estimativas do BTG Pactual (BPAC11), o Nubank ainda deve seguir no vermelho em 2022, sendo que a estimativa da casa é de que o banco feche o ano com prejuízo líquido de US$ 26 milhões.
A recomendação da casa é neutra para os papéis, com preço-alvo de US$ 4,50 para as ações listadas nos EUA, ao passo que os papéis são negociados a cerca de US$ 4,80 atualmente.
Em seu último parecer, os analistas da casa destacaram que atingir clientes de renda mais alta e crédito de qualidade ainda são desafios da fintech.
“Nubank é uma fintech de muito sucesso, oferecendo serviços e produtos altamente diferenciados para a população de baixa renda, especialmente seu cartão de crédito, além de ajudar a democratizar o acesso a serviços financeiros no Brasil. Mas, para justificar seu valor de mercado de US$ 22 bilhões e expandir seu mercado endereçável total (TAM, ou Total Addressable Market), acreditamos que é crucial começar a subir na pirâmide e atrair cada vez mais clientes segmentos mais ricos da população”, diz a casa.
Analistas da XP, por sua vez, projetam um prejuízo líquido de US$ 177 milhões, com margem bruta de 37% e um lucro bruto de US$ 552 bilhões.
A expectativa da casa é de um aumento marginal na inadimplência, para 4,8%.
A recomendação é neutra, da mesma forma, com preço-alvo de R$ 4 para os BDRs NUBR33, que são negociados em cerca de R$ 4,18 atualmente.
O UBS-BB, por sua vez, considera o Nubank como um banco com potencial positivo. A projeção da casa é de US$ 100 milhões de lucro, com impacto positivo do volume de pagamentos do trimestre.
“A expansão de base de clientes deve continuar forte no quarto trimestre, enquanto receita média por cliente ativo [ARPAC, na sigla em inglês] tende a se expandir ainda mais”, diz a casa.
O que os sócios do Nubank dizem
A Absoluto Partners, que investe no Nubank desde meados de 2021, disse em sua recente carta anual que vê o banco com bons olhos e que o controle de custos é eficiente dentro da casa.
“Diferente do senso comum, acreditamos que o fator mais poderoso do modelo de negócio do Nubank
diz respeito à sua base de custo, que corresponde a uma fração da estrutura dos bancos tradicionais. A
maior eficiência permite, simultaneamente, oferta de serviços a preços mais baixos para os clientes e
captura de rentabilidade mais expressiva”, dizem os gestores.
Os gestores citam o dado de que foram quase 20 milhões de clientes nos últimos 12 meses (considerando uma janela até o fim do 3T22), chegando a cerca de 40% da população adulta do Brasil.
“Dessa forma, o banco tem acesso a uma “piscina” sem igual e crescente de clientes para introduzir seus produtos e serviços e ganhar participação nos principais negócios da indústria financeira. Tão importante quanto o número de clientes, o Nu vem conseguindo estabelecer um alto nível de engajamento com sua base, uma vez que passa a ser o principal banco de relacionamento de mais de 50% de seus clientes 12 meses após a abertura da conta”, diz a Absoluto.
A casa destaca quatro pilares como ‘diferenciais’ da fintech:
- Custo de servir
- Custo de Crédito
- Custo de Aquisição de Clientes
- Custo de funding
A carta menciona o fato de que a receita média por cliente do Nubank está em US$ 7,9 ao mês, ante mais de US$ 20 ao mês de “safras mais antigas, que por sua vez continuam crescendo”.
Em paralelo, o “custo de servir” deve se manter em US$ 1 ao mês.
Com isso, a Absoluto pontua que o modelo de negócio do roxinho se mostra mais “eficiente” do que o de incumbentes.
“Dentre as quatro alavancas de custo descritas acima, o custo de servir trata-se provavelmente do maior diferencial competitivo. Como referência, a base de custo do Nubank está em R$ 9 bilhões ao ano (dados do 3T22) , enquanto a operação de varejo do Itaú (sem considerar asset/wealth management, atacado e LatAm), que consideramos a mais eficiente dentre os incumbentes, está em R$ 38 bilhões ao ano. Essa discrepância de quase R$ 3 0bi se dá apesar de número de clientes semelhante entre Itaú e Nubank e número de correntistas mais alto do Nubank”, consta na carta.
Os gestores destacam os números de 49,2 milhões de clientes ativos na NuConta do Nubank ante 34,1 milhões de clientes ativos no segmento de cartão de débito do Itaú (ITUB4), que é o maior banco privado do país.