O presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, anunciou nesta terça-feira (20) seu desejo de renegociar os contratos de gás entre o país com o Brasil. De acordo com o novo mandatário, o governo brasileiro não deveria ter firmado acordos com uma gestão que não foi eleita de modo democrático, referindo-se à atual presidente, Jeanine Añez. As informações são da “Folha de S. Paulo”.
Ao ser questionado em entrevista para a Folha sobre as diferenças ideológicas entre o partido MAS (Movimento ao socialismo) e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, Arce declarou que os mecanismos de relacionamento econômico entre Brasil e Bolívia ocorrem apesar dos governos, o que significa que para esta questão “as diferenças não me preocupam”, informou.
Segundo o presidente boliviano, os contratos atuais entre os países serão revisados durante seu governo e, além disso, Arce ressaltou seu desejo em “fazer isso do ponto de vista de uma relação de dois governos que foram eleitos de modo democrático”.
Vale ressaltar que em março, a Petrobras e a boliviana YPFB fecharam um auditivo para a extensão do contrato de importação de gás do país vizinho. Ao passo que a petroleira brasileira se comprometeu, na ocasião, a retirar entre 14 a 20 milhões de metros cúbicos diários, entretanto, segundo a YPFB, a Petrobras tem retirado cerca de 10 milhões de metros cúbicos por dia.
Novo presidente da Bolívia fala sobre medidas econômicas que deve adotar
Além disso, ao falar sobre as medidas econômicas que serão adotadas em seu mandato, Arce afirmou que pretende “reativar a demanda interna”, declarando que “esse sempre foi o motor da economia boliviana. E vamos voltar a pagar o bônus contra a fome, que foi interrompido”. O mandatário também criticou o governo atual, justificando que as únicas medidas tomadas foram imprimir moeda, endividar o país e não resolver nenhum problema econômico ou social, “A herança que nos deixarão é muito ruim”, concluiu.
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O presidente ainda ressaltou que para realizar as medidas econômicas prometidas, a Bolívia terá o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Nós já tínhamos financiamento do BID para isso. Só que a sra. Añez não o usou, ela preferiu gastar com campanhas publicitárias e eleitorais. Nós vamos direcionar esse dinheiro de volta para o povo”, finalizou.
A data da posse do novo presidente da Bolívia ainda está por ser definida, todavia, deve ocorrer entre a primeira ou a segunda semana de novembro deste ano.
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