Rubem Novaes, o novo presidente do Banco do Brasil (BB), afirmou na segunda-feira (07) que assume o comando do maior banco público do País livre de “interferências políticas”.
Ao discursar na cerimônia de posse de cargo, o novo presidente anunciou que planeja vender “alguns ativos” da instituição financeira, todavia, não venderá o que chamou de “joias da coroa”.
Ainda em seu discurso, Novaes disse que empresas de capital aberto e controle da União, como o Banco do Brasil, nem sempre possuíram uma boa relação entre os acionistas privados e o controlador.
“Esse é o drama de todas as empresas estatais de capital aberto, uma anomalia. Subordina administradores a dois patrões que raramente comungam de objetivos comuns. Estou livre deste drama, pois o mandato que recebo é plenamente compatível com o interesse de minoritários“, alegou Novaes.
Saiba mais – Joaquim Levy diz que BNDES depende de forma ‘exagerada’ do Tesouro
“O mandato é de rígida austeridade de maximização de valor respeitada a transparência. Entendemos que alguns ativos dos banco não guardam sinergia com os objetivos principais e, nesses casos, consideraremos os desinvestimentos”, enfatizou.
O executivo não disse quais ativos do Banco do Brasil podem ser vendidos ao setor privado.
Entretanto, em entrevista coletiva após a cerimônia, Novaes listou que as áreas mais rentáveis, consideradas como “joias da coroa”:
- administração de fundos;
- meios de pagamento;
- seguridade;
- crédito para pessoa física, pequenas e médias empresas.
Referente ao crédito rural, Novaes também alegou que não há a intenção de reduzi-lo.
Contudo, o executivo lembrou que há posicionamento do novo governo de oferecer menos subsídios, por meio de juros baixos ao setor agrícola, e mais apoio por meio do seguro agrícola.
“Uma tendência nova, que talvez veio de cima para baixo aqui no banco, com orientação de governo, mas ainda não participei de nenhuma reunião ensse sentido. Agora que há essa intenção dentro do governo, posso afirmar que há. Trabalhar mais com seguro e menos com subsídio. Diretriz de governo, e aí você tem de cumprir”, concluiu.
Nomeações
Oito nomeações foram feitas para os cargos:
- Antônio Gustavo Matos do Vale para vice-presidente de Gestão de Pessoas, Suprimentos e Operações;
- Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo para vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores;
- Carlos Motta do Santos para vice-presidente de Distribuição de Varejo;
- Carlos Renato Bonetti para vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos;
- Fábio Augusto Cantizani Barbosa para vice-presidente de Tecnologia;
- Flávio Augusto Corrêa Basílio, para vice-presidente de Governo;
- Ivandré Montiel da Silva para vice-presidente de Agronegócios;
- Márcio Hamilton Ferreira para vice-presidente de Negócios de Atacado.
As nomeações foram feitas pelo novo presidente do Banco do Brasil.