O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, termina sua reunião nesta quarta-feira (20), e deve realizar um corte na Selic, dando continuidade ao ciclo de baixa de juros no Brasil.
É praticamente unânime entre analistas de mercado que o corte deve ser de 0,5 ponto percentual (p.p.), deixando a Selic em 12,75%.
Segundo a XP, o que poderia trazer maior impacto para ativos de renda fixa seria um comunicado do Banco Central em relação às próximas reuniões com tom que diferisse do esperado de maneira significativa.
“Ou seja, caso venha uma indicação clara de aceleração de cortes em relação à expectativa de 0,50p.p., a parte curta da curva poderia fechar (taxas de juros esperadas mais baixas) e a longa, abrir. O contrário também poderia acontecer”, diz a casa.
Com a queda na curva de juros, títulos prefixados e atrelados ao IPCA tendem a se valorizar no curto prazo como reflexo do movimento, devido à marcação a mercado, e vice-versa.
“Vale ressaltar que, com a redução da Selic e consequente reflexo sobre as expectativas na curva de juros, continuamos com visão positiva para a renda fixa de maneira geral, principalmente para títulos atrelados à inflação. Mesmo com o corte, as taxas de juros permanecem elevadas, e o IPCA continua a ser um risco a ser monitorado”, acrescenta a XP.
O que esperar do Copom após o corte da Selic
Como citado, é praticamente unânime que o corte na Selic deve ser de 0,50 p.p.. Contudo analistas ainda estão ansiosos pelo comunicado do BC.
“Além de precisarmos acompanhar qual será a decisão do Copom sobre a taxa Selic, é necessário nos atentarmos ao comunicado sobre os planos do BC para a política monetária, que guiarão as expectativas para os juros nos próximos meses”, diz a XP.
“Na visão de nossos economistas, como há confiança em um espaço relevante para cortes de juros, o Copom poderia trocar três reduções de 0,50p.p. por duas de 0,75p.p. ao longo do caminho. No entanto, o cenário parece pouco provável, inclusive na visão do mercado, que precifica esta probabilidade como menor do que 5%”, completa a casa sobre a trajetória da Selic.