Uma nova greve dos caminhoneiros deverá ocorrer no dia 29 de abril. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (18) por um dos líderes dos transportadores.
Segundo a Agência Estado, o representante dos caminhoneiros, Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, teria afirmado que a nova greve começará a meia-noite do dia 29 de abril.
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“A maioria dos grupos de caminhoneiros já decidiu pelo dia 29 e abril, tem uns ou outros que acham que é pouco tempo, que devemos esperar ainda, mas a maioria concorda sobre o dia 29 porque chegamos num ponto que não tem mais condições de trabalhar”, afirmou Dedéco, “Isso não é decisão só minha, foi decidido em grupo por várias lideranças de caminhoneiros”.
O líder dos caminhoneiros afirmou que a greve deverá atingir todo o território nacional. Nos mesmos moldes do que ocorreu no ano passado, crescendo à medida que os dias passam.
A decisão de parar as atividades teria sido tomada depois do aumento de R$ 0,10 do preço do óleo diesel anunciado pela Petrobras na última quarta-feira (17). Com essa alta, o litro do combustível passa a custar R$ 2,2470 nas distribuidoras do Brasil.
Esse aumento representaria uma variação média de 4,84% nos preços do diesel. As distribuidoras da estatal passariam de uma alta mínima de 4,5% a uma alta máxima de 5,1%.
“Com esse aumento no óleo diesel não tem mais condição”, afirmou Dedéco, “os caminhoneiros estão cientes que, dentro de 14, 15 ou 16 dias, vai ter outro aumento do diesel, e esse aumento de R$ 0,10/litro já afetou em R$ 1 mil no lucro mensal, e o frete continua o mesmo”.
O líder dos caminhoneiros denunciou violações no pagamento do frete tabelado. “Se estivessem pagando o piso mínimo, o aumento do óleo diesel não iria nos afetar. Mas não estão cumprindo”, afirmou Dedéco.
Segundo a lei vigente, sempre que houver um reajuste no preço do diesel superior a 10% no mercado nacional a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) deverá rever os pisos mínimos.
Dedéco salientou como o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, interrompeu o diálogo com parte dos caminhoneiros. “Somos uma espécie de linha-dura da categoria e exigimos nossos direitos. Não vemos sentido em pedir esmola para quem elegemos. Brasília foi feita para atender os anseios da população. E é esse grupo linha dura que o governo quer isolar”, afirmou o líder dos transportadores.
A mobilização e a greve deveriam ser organizadas através de grupos de WhatsApp fechados apenas para caminhoneiros.
Segundo Alves, o efeito da greve na economia nacional poderia ser evitado. “O que eu vejo é o seguinte: o prejuízo da paralisação da economia é o valor que o governo poderia desembolsar para oferecer subsídio no diesel até que o piso mínimo do frete funcionasse para valer”, afirmou o líder dos caminhoneiros.
Segundo Dedéco, os transportadores esperam uma resposta do governo. “Bolsonaro falou com os índios, será que vai conversar com a gente?”, declarou o líder.
Entenda o caso
A alta no diesel na última quarta-feira (17) marcou uma nova derrota para os caminhoneiros nesta semana. Além da elevação do combustível a classe já sofria com o pacote de medidas do governo que não atingiu o esperado.
No entanto, os R$ 0,10 a mais no diesel divide os caminhoneiros, onde uma parte mais radical passou a articular uma paralisação nos próximos dez dias, enquanto a turma do “deixa disso” prefere aguardar mais e dar mais tempo ao governo.
Os caminhoneiros reivindicam uma maior representatividade da classe em Brasília, para conseguir discutir as verdadeiras necessidades da categoria.
Anuncio de greve
Esta semana surgiu a notícia que os caminhoneiros estavam preparando uma nova greve para maio. A categoria não teria ficado satisfeita com o pacote de medidas anunciado na última terça-feira (16) pelo governo federal.
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Os grupos de WhatsApp mais utilizados pelos caminhoneiros consideram o plano como o plano uma “cortina de fumaça”. Para os transportadores o governo estaria tentando ganhar tempo para evitar uma possível greve.
Nas redes sociais começa a aparecer a ideia de uma nova paralisação a partir do dia 21 de maio. Exatamente um ano depois da greve que paralisou o Brasil por 11 dias. Entretanto, eles decidiram antecipar para o dia 29 de abril.
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