Balanço da NotreDame Intermédica (GNDI3) divide opiniões de XP e BTG
Após a NotreDame Intermédica (GNDI3) divulgar seu balanço do quarto trimestre de 2020 na noite desta terça-feira (16), analistas da XP Investimentos e do BTG Pactual (BPCA11) analisaram os números. Para a corretora, a empresa teve um “bom resultado”, em linha com a expectativa. Já para o banco, os números podem ser considerados fracos.
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Apesar das divergências, as duas casas mantiveram suas recomendações de compra para as ações ordinárias da NotreDame Intermédica, em parte, não pelo resultado divulgado, mas por conta das perspectivas para o futuro, principalmente as relacionadas à fusão com a Hapvida, que deve gerar sinergias.
Tanto a XP quanto o BTG mantiveram a recomendação de compra para os papéis da NotreDame Intermédica. A XP colocou o preço-alvo em R$ 117 por ação e o BTG em R$ 99. Às 12h30, as ações ordinárias recuavam 2,28%, negociadas a R$ 84,30.
XP e BTG discordam quanto crescimento da NotreDame Intermédica
O número de beneficiários de planos da NotreDame avançou 23% na base anual, atingindo 3,73 milhões. Para a XP, o crescimento de 3% foi acima das expectativas. O BTG, entretanto, pontua que boa parte das aquisições de clientes não foi orgânica.
“Apesar de melhores adições brutas, o cancelamento de um contrato corporativo específico com 39 mil membros gerou uma contração líquida de 11 mil vidas orgânicas, frustrando nossa estimativa de adições líquidas de 15 mil”, diz o relatório do banco, assinado pelos analistas Samuel Alves e Yan Cesquim.
As adições líquidas ficaram positivas, então, apenas por conta da consolidação do negócio com a LifeDay, que adicionou 46 mil vidas no portfólio da NotreDame Intermédica.
Quanto ao ticket médio dos planos de saúde, a XP pontua que viu sua projeção frustrada. Este ficou em R$ 234 reais por mês, crescendo 2,9% na base anual, 2,6% abaixo do consenso da corretora, mas em linha com o que foi projetado pelo BTG.
No segmento odontológico, a XP aponta para o crescimento de 7% dos beneficiários na base anual, com o número atingindo 2,7 milhões. O ticket médio deste, entretanto, recuou 6,7%, o que levou a receita do setor a recuar em 1% no ano.
A receita de operações hospitalares, impactada pela Covid-19, teve um recuo de 12% na comparação entre o quarto trimestre de 2020 e o de 2019. A receita dos planos de saúde avançou 26,1%, mas, mais uma vez, apenas por conta das recentes fusões e aquisições
A receita total da NotreDame só teria avançado em 22% na base anual, para R$ 2,81 bilhões, de acordo com o BTG por conta das várias empresas adquiridas (LifeDay, em dezembro, Hospital Santa Brígida, em outubro). Mesmo assim, ficou 2,5% abaixo da projeção do BTG e apenas 0,6% acima da expectativa da XP.
O BTG e a XP voltam a convergir ao apontarem que houve um melhor controle das despesas com vendas e com gastos gerais e administrativos, apesar das fusões e aquisições. Mesmo assim, o Ebitda de R$ 420 milhões, que cresceu em 6% na base anual, frustrou as expectativas do BTG em 15% e da XP em 0,6%.
O lucro líquido ajustado de R$ 233 milhões, crescendo 21% na base anual, veio 9,1% maior do que as estimativas da XP. Para o BTG, o lucro líquido contábil, de R$ 155 milhões, frustrou por conta das maiores despesas financeiras: investimentos pontuais fizeram a companhia finalizar 2020 com R$ 3,5 em caixa, ante R$ 104 milhões no trimestre imediatamente anterior.
Para 2021, apesar da diferente interpretação dos resultados de 2020, as casas convergem: apesar da perspectiva de maior sinistralidade, ainda por conta da pandemia, as sinergias geradas com a fusão com a Hapvida (HAPV3), que está para acontecer, e as provenientes de outras fusões devem ser englobadas, mantém as expectativas para a NotreDame Intermédica elevadas.