Nonô, o vovô investidor: Conheça o dono dos maiores prejuízos da fintwit

“Acredito que não tem como você não gostar de um vovô. Não existe ninguém que não gosta do avô, nem existe isso”, conta, aos risos, o administrador de um dos perfis que diverte investidores ao relatar histórias de grandes perdas vividas no mercado acionário: Nonô, o Vovô Investidor.

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A inspiração para a página veio justamente da intenção de mostrar ao público que é natural sofrer algumas perdas, e que no fim das contas, dá pra rir muito disso.

Ele conta um caso de Petrobras (PETR4), em que comprou o papel a uma cotação “entre R$ 35 e R$ 40” e viu as ações caírem a R$ 5.

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Mas isso ocorreu em um passado razoavelmente distante, já que o velhinho investe desde meados de 2009. Contudo, ele se considera uma pessoa comum, que nada junto com as outras sardinhas.

O perfil foi criado justamente em uma ocasião de retorno para o mercado acionário – por volta de 2020.

Em entrevista ao SUNO Notícias, o administrador do perfil, que preferiu não ter sua identidade revelada, conta um pouco sobre os bastidores do perfil e também sobre sua trajetória no mercado de ações.

Confira:

Diversos administradores de perfil preferem ficar nessa penumbra e nunca falar muito. Você se identifica com isso?

A mística, a magia do negócio, é justamente essa. Jamais vou falar quem sou eu ou revelar minha identidade. Acho que prefiro manter tudo oculto.

Você é conhecido pelo bom humor com grandes prejuízos, de onde veio isso e como foi sua inspiração para criar o perfil?

Comecei a postar mais com o boom de Cogna (COGN3) e de Via (VVAR3) no ano passado.

O mercado estava subindo em linha reta, achei que era o bam bam bam e comecei a perder dinheiro. Achei que sabia tudo. Dali eu sempre tentei ver o “famoso” rir para não chorar.

Eu comprei tal coisa, o negócio caiu, postei e as pessoas curtiram. Mas daí criei um personagem, porque acreditei que isso impulsionava. As pessoas se identificavam muito, mandavam print de operações.

Muitos integrantes da fintwit são gestores ou algumas pessoas que integram alguma corretora ou algo do gênero. Como você vê o mercado de capitais e lida com ele?

Sou uma pessoa normal, não opero todo dia, trabalho e à noite lanço as operações no Profit, faço swing trade. Tenho outro emprego, não sou de dentro do mercado.

O que eu faço é o que toda pessoa normal faz. Mas já invisto há mais de 10 anos, mas só tive o “estalo” de criar o perfil no ano passado com isso de perder muito dinheiro. Tentei criar o perfil para as pessoas entenderem que é normal perder dinheiro. Precisava também incentivar as pessoas a investirem, porque é muito difícil investir no Brasil.

A ideia do perfil é fazer a galera não desistir. O mercado é muito difícil.

A galera hoje em dia acaba acompanhando e me ajudando muito a construir o perfil. Acompanho as notícias mas não sou o cara que assina a Bloomberg; sou um intermediário, comprado em bolsa.

Você, como perfil, acaba sendo alguém muito fruto de uma democratização dos investimentos por meio de várias ferramentas. Além das redes, como você vê essa mudança atual que leva informação para as sardinhas?

Nem se compara o [cenário] atual com o que tínhamos antes. Comecei em 2009 e hoje o acesso à informação que eu tenho é infinitamente superior ao que eu tinha lá atrás. Antes você tinha que ser praticamente um insider.

Hoje você acessa o Twitter e vê gente fazendo thread sobre determinado papel. No Twitter ou no YouTube você aprende Fibonacci, análise gráfica.

Na minha época era desestimulante, você basicamente tinha que fazer uma análise fundamentalista. Fora que além disso, antigamente a corretagem era altíssima.

Como você é alguém que é conhecido pelas perdas, qual foi sua história mais emblemática de uma “porrada para baixo”?

Tomei várias. Lembro que a Petrobras era “quarenta e tantos”, eu comprei e vi cair a R$ 5. Agora tivemos Cogna, IRB (IRBR3) e Vara (Via). Todas essas da modinha aí eu entrei. Normal, todo mundo acabou perdendo muito com essas. No passado foi com Petrobras que eu tomei um tombo feio. Foi uma das primeiras que eu operei.

Eu tinha muitos fundos em algumas ocasiões, que derreteram 30 ou 40% em algumas quedas grandes, mas aí eu derreti como todo mundo.

Hoje, quais papéis você olha, já que o pessoal tende a associar o seu perfil às perdas cômicas?

Isso é engraçado, todo papel que eu falar a galera vai citar “poxa, comprei e caiu aqui”. Mas tenho que falar de Via, Cogna e Le Lis Blanc (LLIS3), então, como call.

Em toda a sua trajetória na bolsa e, posteriormente, no Twitter, qual a coisa mais memorável, que você leva pra vida?

A coisa mais legal é unir dois caras que se odeiam; dois gestores que não se falam mas me seguem, por exemplo. A intenção do perfil é unir, não separar. Nem entro em questões políticas por conta disso, o perfil é um ponto de encontro do mercado mesmo.

Tem pessoas aí, um processando o outro, mas os dois me seguem. É uma válvula de escape pra todo mundo, no Twitter acaba sendo só briga e tudo mais. O perfil foi pra reunir. Temos um nível de rejeição baixíssimo, nunca recebi DM [Mensagem Direta, do inglês] de gente me xingando.

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Aproveito a oportunidade para agradecer todo mundo que me segue, porque é um perfil feito por todo mundo, por CPFs da bolsa. Não tenho nenhuma casa de marketing nem nada.

E, se você pudesse recomendar algum perfil do Twitter do mercado de ações, qual você citaria?

Falando de gente do mercado, gosto muito da galera da Quantzed, do Marcio Portes e do Caco Maia também.

Outro cara que eu acompanho é o Sérgio [Sérgio machado, da Trópico] que é muito bom de bola, muito bom de dólar e de fundos. Sempre que ele posta algo eu presto muita atenção. Fora isso, do pessoal da Quantzed, acompanho bastante o Pedro Menin e o Marcelo [Oliveira].

Fico até sem graça de citar alguns perfis porque, com muita gente que me segue, sei que uma galera vai ficar chateada. Mas lá no começo o Thiago Nigro do Primo Rico me retweetou e ajudou bastante o perfil. Fiquei muito feliz com o Tiago da Suno também, que foi um dos primeiros a da RT [retweet] no meu perfil.

Outro foi o Renoir, que também me deu RT e contou como uma dessas pessoas que ajudaram muito o perfil quando eu comecei com o Nonô lá atrás.

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Eduardo Vargas

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