Com “nome sujo”, Americanas (AMER3) vai atrás de outro banco para ajudá-la em solução financeira
Com dívidas nos principais bancos do País, a Americanas (AMER3) foi atrás de uma instituição financeira afastada dessa crise para conseguir encontrar uma saída aos débitos que superam os R$ 40 bilhões. Segundo informações divulgadas nesta quarta (15), a varejista contratou os serviços do Citi, banco que auxiliará o negócio a monetizar ativos e buscar outras soluções financeiras.
De acordo com a apuração do jornal Valor Econômico, a contratação do Citi ocorreu justamente pela instituição financeira ser uma das poucas para a quais a empresa ainda tem nome limpo. Além do Citi, já trabalham no caso o banco de investimentos Rothschild & Co e a consultoria Alavarez & Marsal.
Na quinta (16), será realizada uma reunião entre a varejista e os bancos credores, como BTG Pactual (BPAC11), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11), entre outros.
A expectativa dos credores é de que os acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira apresentam uma proposta firme para solucionar essa crise.
Roberto Thompson, sócio da 3G Capital, participará da reunião. Segundo fontes do Valor, o parceiro de Lemann estaria com mandato para falar em nome dos acionistas de referência durante o encontro.
Atualmente, um dos principais ativos nas mãos da Americanas é a rede de hortifruti Natural da Terra, comprada pela varejista em 2021 por R$ 2,1 bilhões. Contudo, os especialistas em finanças avisam que dificilmente o negócio conseguirá ser vendido por esse valor.
Recuperação judicial da Americanas e os bancos
A recuperação judicial da Americanas conta com dívidas que superam os R$ 40 bilhões. Na semana passada, a Justiça autorizou um empréstimo DIP de até R$ 2 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão foi aportado emergencialmente pelos acionistas de referência.
A nova lista de credores do processo de recuperação judicial da Americanas atualizou a dívida total da varejista com os cinco maiores bancos do País, de R$ 13,1 bilhões para R$ 15,2 bilhões. A maior alteração ocorreu na dívida da empresa com o Itaú Unibanco (ITUB4), que passou de R$ 2,9 bilhões para R$ 4,3 bilhões.