Uma pesquisa inédita que mapeou o perfil dos estagiários no Brasil mostrou que, no ano passado, 69% deles ajudavam com o sustento de suas famílias, redução de um ponto percentual em relação ao ano anterior, enquanto 9% são os únicos responsáveis pelo sustento de toda a família.
Os dados fazem parte de um levantamento do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), encomendado ao Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), e mostram que o valor de bolsa auxílio cresceu em relação ao ano imediatamente anterior, alta de 14,3%, alcançando uma média de R$1.023,69 mensais. Por outro lado, o número de estudantes que recebem benefícios como auxílio transporte e recesso remunerado caiu cinco e seis pontos percentuais em 2021.
Mais distante desta realidade e a título de comparação, na Faria Lima, coração financeiro de São Paulo, a remuneração dos estagiários de grandes bancos e instituições financeiras privadas tem uma média de R$ 2.668, segundo o Glassdoor, um portal de busca de empregos.
O levantamento do CIEE/Ipec mostra também que a mensalidade escolar, assim como em 2020, segue como a principal responsabilidade financeira dos estudantes (34%), seguida por despesas domésticas (16%) e a alimentação (11%).
Além disso, 34% deles têm entre 22 e 25 anos, 51% se consideram pretos ou pardos e as mulheres são a maioria entre os estagiários, cerca de 67%. A maioria dos estagiários vêm de instituições de ensino particular (62%), e cursam o ensino superior (88%).
O levantamento ouviu 6,6 mil estagiários brasileiros entre outubro do ano passado e janeiro de 2022.