Nesta sexta-feira (17) a Nissan anunciou que o gerente geral da Renault, Thierry Bolloré, participará de seu conselho administrativo.
A Nissan está reformulando seu conselho devido ao caso de Carlos Ghosn que está trazendo resultados ruins a empresa. A fabricante japonesa proporcionará aos acionistas uma estrutura com 11 diretores, sendo sete externos da companhia.
De acordo com fontes citadas pela “Folha de S.Paulo”, esse ato “trata-se de uma grande concessão da parte da Nissan, dado que administração do grupo tem pouca confiança em Bolloré“.
Conselheiros externos
Após o caso de Ghosn, foi recomendado pelo comitê de segurança, a elevação no número de conselheiros externos com o objetivo de melhorar a aparência de transparência por parte da Nissan.
Os conselheiros externos recém chegados são:
- Bernard Delmas, presidente da Nihon Michelin;
- Andrew House, presidente da Sony Interactive Entertainment.
Além disso, a nova gestão possui mais uma mulher, no total serão duas, uma delas é a ex-pilota Keiko Ihara.
Os ex-chefes da Renault, Jean-Baptiste Duzan e Bernard Rey, estão saindo dos assentos do conselho.
Nissan tem queda no lucro após caso de Ghosn
A Nissan registrou um lucro líquido de 2,545 bilhões de euros no primeiro trimestre deste ano. O resultado representa uma queda de 22,2% em relação ao período anterior.
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A forte redução dos ganhos da Nissan é influenciada pela destituição e prisão do executivo Carlos Ghosn.
Entenda o caso de Ghosn
O empresário foi detido em Tóquio no dia 19 de novembro de 2018, Ghosn é acusado de fraude e de uso indevido de recursos do grupo Renault–Nissan. Ele foi solto sob fiança de R$ 33,8 milhões no dia 5 de março pelo Tribunal de Tóquio.
O executivo foi acusado de fraude fiscal e uso de verbas da empresa para uso pessoal. Ele teria omitido em suas declarações de renda às autoridades da Bolsa de Valores nipônica. Além disso, Ghosn teria escondido quase R$ 167 milhões entre 2010 e 2015.
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Ademais, Carlos Ghosn é suspeito de ter repetido a fraude, entre 2015 e 2018, totalizando 4 bilhões de ienes.
Além das acusações de não ter declarado sua renda real, a Nissan afirma que seu ex-presidente utilizou ilicitamente residências de luxo espalhadas em vários países do mundo pagas pela empresa.