A Nissan Motor anunciou nesta quinta-feira (28) um prejuízo anual de US$ 6,2 bilhões (R$ 32,7 bilhões), trata-se do primeiro em mais de uma década. De acordo com a fabricante japonesa, esse resultado é em razão do impacto da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
No ano fiscal, concluído em março, a Nissan reportou uma perda de US$ 6,2 bilhões. No mesmo período, em 2019, a empresa havia registrado lucro de US$ 2,9 bilhões. Além da pandemia, a fabricante também sofreu impactos financeiros com a detenção de seu ex-presidente Carlos Ghosn.
A Nissan também informou que tem a pretensão de reduzir em 20% suas capacidades de produção em todo o mundo até março de 2023. Ademais, a fabricante japonesa deverá fechar sua fábrica em Barcelona que possui 3 mil funcionários.
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Nissan entra com ação contra Ghosn e pede indenização de US$ 90 mi
A Nissan entrou com um processo, em fevereiro, no Japão, contra seu ex-diretor Carlos Ghosn. A fabricante de automóveis quer uma indenização pelo valor de US$ 90 milhões (R$ 390 milhões) para cobrar os prejuízos financeiros gerados pela má conduta de Ghosn, segundo uma fonte ligada ao processo.
Desse modo, trata-se de mais um capítulo sobre a relação conflituosa entre a montadora japonesa e o brasileiro. Em julho de 2019, o ex-diretor entrou com uma ação contra a Nissan na Justiça da Holanda, pedindo 15 milhões de euros (R$ 70 milhões), por conta das acusações de má conduta financeira que sofreu.
O ex-presidente da aliança entre Renault e Nissan afirmou durante uma entrevista coletiva no Líbano, em janeiro, que nunca deveria ter sido preso.
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“As alegações são falsas e eu nunca deveria ter sido preso. Estou aqui para limpar meu nome”, afirmou o ex-executivo da Nissan. Carlos Ghosn disse ainda que “os princípios dos direitos humanos foram violados” com sua prisão. Isso porque, segundo ele, a justiça japonesa segurou os seus documentos de defesa.
Ghosn afirmou que a queda no desempenho da Nissan, há três anos, foi o precursor da perseguição contra ele. O executivo foi alvo de quatro acusações por crimes financeiros no Japão. No país, o magnata vivia sob prisão domiciliar desde abril de 2019.