O presidente da Nissan no Brasil, Marco Silva, expressou pessimismo nesta quarta-feira (28) em relação à recuperação do mercado de veículos para o próximo ano, declarando que o segmento enfrentará dois grandes limitadores, sendo eles, a pressão de custos enfrentada pelas montadores e a elevação de preços ao consumidor final.
Segundo o executivo da Nissan, a previsão da empresa é de que o setor feche com uma produção de 1,9 milhão de veículos em 2020. Ao passo que para o ano que vem, o esperado é de um volume em torno de 2,4 milhões de unidades.
Todavia, alguns fatores devem restringir essa recuperação, informou Silva, entre eles, a forte pressão de custos sofrida por toda a indústria automobilística, por razões como da valorização do dólar frente ao real ou devido à questões relacionadas a matéria prima.
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O executivo informou ainda que a principal preocupação é com o aço, em função dos preços, que têm aumentado, desta forma, as empresas têm dificuldade para encontrar o produto no mercado, argumentou. “Estamos trabalhando com nossos fornecedores, porque esse é um impeditivo para o crescimento”, concluiu.
Ao ser questionado sobre a aliança da Nissan com a Renault, Silva disse que as companhias estão revisando o projeto e que haverá uma reunião nas próximas semanas para discutir especificamente o caso brasileiro. “O trabalho continua sendo feito na América do Sul, e, agora, as discussões estão acontecendo entre França e Japão”, finalizou.
Nissan alerta para prejuízo operacional de US$ 4,5 bilhões
A Nissan alertou no dia 28 de julho que prevê o maior prejuízo operacional anual já registrado na empresa. A montadora culpa o colapso da demanda impulsionado pela pandemia do coronavírus (covid-19) nos principais mercados e em suas operações globais.
Ao entregar o balanço de resultados referente ao primeiro trimestre do ano fiscal encerrado em março de 2021, a Nissan indicou que estima uma perda operacional anual de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 23,20 bilhões), um número que seria o pior já registrado e o segundo ano consecutivo de prejuízo para a montadora.
A perspectiva pessimista vem à tona quando a empresa enfrenta uma série de problemas, incluindo o que alguns executivos descreveram como um relacionamento “profundamente perturbado” com a montadora francesa Renault, seu maior acionista e parceiro de aliança nas últimas duas décadas.
A previsão para o ano inteiro da Nissan indica um prejuízo operacional de US$ 1,46 bilhões no segundo trimestre de 2020. Analistas disseram que isso sugeria que a empresa não espera uma recuperação dos negócios em forma de “V”. Excluindo os lucros de sua divisão financeira, a empresa prevê até US$ 6,38 bilhões em perdas operacionais apenas para sua divisão automotiva.
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Durante o período de três meses, as vendas globais de veículos da Nissan foram de apenas 643.000 unidades, representando uma queda de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionada por enormes quedas na demanda norte-americana e chinesa. A previsão da Nissan para o resto do ano é que seu volume global de vendas cairá 16,3%, correspondendo aproximadamente à tendência geral do mercado.
O executivo-chefe da Nissan, Makoto Uchida, disse que os resultados e as previsões para o ano inteiro estavam dentro das expectativas da empresa. “Suspendemos a produção em muitas plantas em todo o mundo devido à pandemia de Covid-19″, disse Uchida. “As plantas que retomaram a produção também sofreram com baixas taxas de utilização devido à queda nas vendas. Como resultado, o desempenho da empresa foi impactado por esse clima de negócios desafiador”.