Nissan paga multa e salários para cortar 398 funcionários

A Nissan anunciou nesta segunda-feira (22) que decidiu pagar a multa, prevista na Medida Provisória (MP) 936, e os salários para realizar o corte de 398 funcionários da fábrica baseada em Resende (RJ).

Os empregado das linhas de montagens estavam afastados há cerca de três meses, sendo no regime de férias coletivas e os dois restantes em regime de suspensão de contrato. A Nissan decidiu, dessa forma, pagar o devidos valores e reduzir a produção nesse período de retomada para mitigar os impactos da crise causada pela pandemia novo coronavírus.

Segundo a montadora japonesa, o corte corresponde a 15,9% do quadro de trabalhadores da unidade, que empregava um número próximo de 2.500 funcionários. A fábrica de Resende produzi os modelos March, Versa e Kicks, com custo médio entre R$ 59 mil e R$ 109,8 mil.

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A companhia “vem buscando adequar o seu negócio à nova situação do mercado automotivo no Brasil em decorrência dos reflexos da pandemia de Covid-19 e, em função da manutenção do cenário atual de forte retração, a empresa precisou adotar novas medidas para garantir a sustentabilidade da sua operação no país”, comunicou a Nissan, em nota.

Segundo executivo da montadora, a empresa fez o possível para manter o maior número de empregados, pelo fato de ser uma mão de obra altamente qualificada e em uma área que se tornou polo de produção automotiva.

A localidade abriga linhas de montagem da Volkswagen Caminhões, da Jaguar Land Rover e do grupo PSA Peugeot Citroën, assim como outros fabricantes componentes e de maquinário pesado. A região é composta pelos municípios de Resende, Porto Real e Itatiaia.

Nissan irá renovar linha de produtos no Brasil

As demissões aconteceram pouco antes de montadora renovar sua linha de produtos no País. A marca irá lançar duas novas gerações dos sedãs Versa e Sentra, a princípio importados do México.

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A fabricante japonesa, por outro lado, ainda não informou se há futuros modelos previstos para a fábrica baseada em Resende.

Temor pagamento da multa por outras empresas cresce

Os cortes foram foram puxados pela queda acentuada no emplacamento de veículos no Brasil. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta uma retração de 40% nas vendas de veículos leves e pesados em 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior.

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Além disso, a retomada das atividades tem ocorrido em somente um turno, o que resulta no aumento da preocupação com os cortes futuros em outras fábricas que retornam no mesmo regime.

Dessa forma, com a desvalorização do real frente ao dólar e as contas feitas pelas matizes na moeda americana, começa a crescer o temor de que outras companhias optem pelo pagamento da multa e do período de contrato suspenso para realizar os cortes, como foi o caso da Nissan.

Arthur Guimarães

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