Nissan estuda cobrar indenização de Carlos Ghosn

A Nissan considera pedir indenização contra o ex-executivo da empresa, Carlos Ghosn, por má conduta financeira, informou o presidente-executivo da montadora, Hiroto Saikawa, aos acionistas nesta segunda-feira (8), em reunião de emergência com acionistas da empresa.

De acordo com o executivo da Nissan, o escândalo, que resultou na prisão de Carlos Ghosn, “não é uma questão que podemos consertar do dia para a noite”.

É a primeira vez que o substituto de Ghosn se posiciona sobre o assunto, desde que o escândalo veio a tona, em novembro último. Além disso, a declaração foi feita antes dos acionistas aprovarem a destituição do executivo brasileiro do conselho de administração da Nissan.

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A destituição de Ghosn aconteceu na reunião emergencial com os acionistas da empresa, nesta segunda. Além dele, o ex-diretor da empresa, Greg Kelly, também foi destituído. No entanto, a reunião ainda nomeou o presidente da Renault, Jean Dominique Senard, como novo membro do conselho de administração da japonesa.

Primeira prisão

O executivo foi preso preventivamente pela primeira vez em 19 de novembro de 2018 sob as seguintes acusações:

Sonegação de renda: de acordo com a  Promotoria japonesa o ex-presidente da Nissan declarou apenas metade do que recebeu entre os anos de 2010 e 2018.

Saiba mais: “Me preparando para dizer a verdade”, diz Ghosn ao anunciar coletiva

Transferência de prejuízos pessoais para a Nissan: a Promotoria alega abuso de confiança por parte do executivo, que transferiu temporariamente perdas de investimento pessoal para a Nissan em 2008. Ghosn, por sua vez, afirma que agiu com “a aprovação dos diretores da Nissan”. O brasileiro disse que pediu à empresa para assumir, de forma temporária, a garantia de seus contratos de câmbio durante a crise financeira global de 2008. Ainda conforme Ghosn, a única outra alternativa à esta ação seria renunciar e usar os recursos de sua aposentadoria como garantia.

Uso pessoal de imóveis comprados pela Nissan: uma investigação interna da multinacional revelou que uma subsidiária montada na Holanda, que supostamente financiava investimentos de capital de risco, foi utilizada para comprar ou alugar imóveis corporativos, nos quais o executivo se hospedava quando viajava. Dos quatro imóveis identificados em quatro países diferentes, um fica no Rio de Janeiro.

Liberdade sob fiança

O ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, Carlos Ghosn, saiu da prisão em Tóquio, ainda em março. O brasileiro pagou fiança de 1 bilhão de ienes, equivalente a cerca de R$ 33,8 milhões.

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Segunda prisão

De acordo com a imprensa local, Ghosn foi preso na noite da última quarta-feira (3), equivalente as primeiras horas da quinta-feira (4) no Japão por má conduta financeira. Além disso, a “NHK” afirmou que no Japão é raro uma pessoa ser presa novamente após ser liberada por pagamento de fiança.

A prisão aconteceu logo após o ex-presidente da Nissan usar o Twitter para anunciar que irá dar uma coletiva de imprensa no dia 11 de abril.

I’m getting ready to tell the truth about what’s happening. Press conference on Thursday, April 11.

— Carlos Ghosn カルロス・ゴーン (@carlosghosn) 3 de abril de 2019


“Estamos nos preparando para dizer a verdade sobre o que está acontecendo. Coletiva de imprensa na quinta-feira, 11 de abril”, afirmou Ghosn pela rede social.

Renan Bandeira

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