Neymar saiu da Nike por não colaborar com investigações de assédio, diz WSJ
A Nike (NIKE34) rompeu o contrato com Neymar após o atacante não ter colaborado com as investigações sobre abuso sexual, diz a reportagem publicada nesta quinta-feira (27) pelo The Wall Street Journal.
“A Nike encerrou seu relacionamento com Neymar porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa fé que era baseada em alegações confiáveis de um abuso, feitas por uma funcionária”, disse a conselheira geral da Nike, Hilary Krane, quando indagada pelo jornal.
O caso de assédio que envolveu o atleta teria ocorrido em 2016. Em entrevista ao jornal americano, a conselheira-geral da Nike ressaltou que foi justamente esse o motivo da ruptura. Além disso, o veículo também teve acesso a documentos que confirmam a motivação por parte da empresa.
A saída se deu em agosto de 2020, sem motivos claros dados pela empresa, e com uma vigência que ainda duraria por oito anos. O atleta viria a assinar com a Puma posteriormente, empresa que o patrocina até os dias atuais.
O contrato foi de € 25 milhões por temporada, batendo o recorde das estrelas da Argentina e de Portugal, já que Lionel Messe recebe € 20 milhões da Adidas, e Cristiano Ronaldo, € 16,2 milhões da Nike.
Uma funcionária da Nike ouvida pelo The Wall Street Journal relatou que, em 2016, Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral no seu quarto de hotel, em Nova Iorque. Á época, a funcionária trabalhava coordenando a logística dos eventos do jogador e de toda a sua comitiva. Neymar negou a acusação.
Em 2018, a funcionária realizou uma reclamação formou internamente e descreveu o incidente ocorrido para o chefe de recursos humanos e também para o conselho-geral da empresa.
“Neymar Jr. se defenderá vigorosamente contra esses ataques infundados caso alguma reivindicação [judicial] seja apresentada, o que não aconteceu até agora”, disse um porta-voz do atacante, em nota. A mesma porta-voz contrariou a tese, alegando que Neymar teria deixado a Nike por motivos comerciais.
A Nike, em 2019, parou de inserir o jogador em suas campanhas de marketing e contratou advogados da Cooley LLP para conduzir uma investigação.
Foi justamente essa investigação, com os advogados da empresa, em que Neymar não teria colaborado. Segundo as fontes ouvidas pelo jornal americano, a saída do jogador da empresa ocorreu em meio à investigação.
Em nenhum momento anterior a conselheira-geral discutiu o assunto publicamente pois, segundo ela, “nenhum conjunto de fatos que nos permitiria falar sobre o caso veio à tona. Não seria apropriado para a empresa fazer uma declaração acusatória sem ser capaz de divulgar os fatos”.
A porta-voz de Neymar citou que os dois lados seguem em discussão desde 2019. “É muito estranho um caso que teria ter acontecido em 2016, com as alegações de uma funcionária da Nike, tenha vindo à tona apenas naquele momento”, disse a porta-voz.
Representantes legais do jogador também contestaram o relato da funcionária na investigação dos advogados da Cooley, porém o próprio atleta se recusou a ser entrevistado pelos investigadores, segundo algumas fontes ouvidas.
Um dos advogados da funcionária da Nike que acusa Neymar, contudo, não respondeu aos pedidos de entrevista do The Wall Street Journal.
Um advogado do funcionário da Nike não respondeu aos pedidos de comentário.
Pai de Neymar comenta o caso
Logo após a divulgação da reportagem do The Wall Street Journal, o pai de Neymar, em entrevista à Globo News, negou o caso e reverberou uma outra tese. “O contrato da Nike foi rompido unilateralmente por falta de pagamento“, disse. Da mesma forma, questionou as alegações contra seu filho em decorrência da temporalidade.
“Nós estamos surpresos, a gente não sabe o que está acontecendo, só soa estanho para a gente. Por que a Nike solta essas coisas agora?”, disse o pai de Neymar.
Jogador assinou com a Nike antes de se tornar profissional
O contrato assinado, além de ambicioso, era um dos primeiros da carreira do atacante, que fechou o acordo ainda aos 13 anos, antes de se tornar jogador profissional no Brasil e uma estrela do futebol europeu.
O jogador figura no panteão dos melhores atacantes do mundo na atualidade, com uma influência grande nas redes e dentro de campo, na Seleção Brasileira.
Atualmente Neymar conta com 151 milhões de seguidores no Instagram, e é o jogador mais caro da história do futebol – dado o contrato do Paris Saint-Germain, que pagou US$ 260 milhões para tê-lo, em 2017, ao Barcelona. Recentemente o jogador assinou uma extensão do contrato, e deve permanecer no clube francês até 2025.