A Netflix (NFLX34) anunciou ontem, após apresentar o balanço financeiro do segundo trimestre, que ganhou 5,9 milhões de novos assinantes no período, sugerindo que a crise na gigante de streaming foi superada.
No mesmo trimestre de 2022, a companhia havia perdido 970 mil assinantes.
Entre os meses de abril a junho deste ano, a empresa registrou US$ 8,2 bilhões em receita. O lucro líquido da Netflix foi de US$ 1,5 bilhões. Além disso, o serviço totalizou 238,4 milhões de assinantes pagos, ante os 232,5 milhões do primeiro semestre.
O bom resultado é atribuído à expansão da “taxa do ponto extra“, novo modelo em que a Netflix cobra um valor adicional de perfis que compartilham uma mesma conta, mas não são de uma mesmo lar. No Brasil, a novidade chegou em 23 de maio, com cada pessoa excedente custando R$ 12,90 adicionais.
“Em maio, lançamos com sucesso o compartilhamento pago em mais de 100 países, representando mais de 80% da nossa base de receita”, declarou a companhia aos investidores da Netflix após apresentar os números do balanço. Agora, diz a empresa, os territórios restantes onde o serviço está presente devem receber o recurso, como Croácia, Quênia, Indonésia e Índia.
Além disso, o resultado do trimestre passado ganha impulso com a inclusão do lançamento de um novo plano de assinatura da Netflix com publicidade. Por R$ 18,90 mensais, o assinante possui uma opção de plano mais barata, mas com a inclusão de anúncios no meio da programação, o que engorda a receita da empresa.
Ontem, pouco antes de apresentar o balanço, a Netflix eliminou o plano básico sem anúncios nos Estados Unidos e Reino Unido, dois dos principais mercados para a empresa.
Atualmente, a mensalidade da Netflix no Brasil custa entre R$ 18,90 e R$ 55,90, a depender do plano.
Ações caem após resultado
Após o resultado, no entanto, as ações da Netflix caíram mais de 8% nesta quinta-feira, 20.
Segundo analistas do mercado, os resultados apresentados pela gigante do streaming decepcionaram o mercado ao não apresentar um caminho de estabilidade de aumento da receita para os próximos meses, cujas projeções para o restante de 2023 ficaram abaixo das expectativas.
Em resposta a investidores, o chefe financeiro da Netflix, Spencer Neumann, afirma que a empresa foca em construir volume de base de assinantes e anunciantes neste ano, e não aumentar em aumentar preços.
“A maior parte do crescimento de nossa receita este ano é proveniente do crescimento do volume por meio de novas assinaturas pagas, e isso é amplamente impulsionado pelo lançamento de nosso compartilhamento pago”, disse Neumann. “Essa é a nosso principal motor de receita este ano, e esperamos que esse impacto se desenvolva ao longo de vários trimestres”, acrescentou o executivo da Netflix
Com Estadão Conteúdo