Com redução no número de assinantes, Netflix (NFLX34) demite mais de 300 funcionários
A Netflix (NFLX34) anunciou 300 demissões nesta quinta-feira (23). Este é o segundo corte na empresa em 2022 – em maio, 150 pessoas foram demitidas no mundo. Com isso, o total chega a 450 pessoas.
A empresa, que registrou no primeiro trimestre de 2022, uma redução expressiva do número de assinantes, justificou os cortes com a desaceleração da receita. “Hoje, infelizmente, demitimos cerca de 300 funcionários”, disse o porta-voz em comunicado. “Enquanto continuamos a investir significativamente no negócio. Fizemos esses ajustes para que nossos custos cresçam de acordo com o crescimento mais lento de receita. Somos muito gratos por tudo o que eles fizeram pela Netflix e estamos trabalhando duro para apoiá-los nessa difícil transição.”
A receita do primeiro trimestre cresceu 10%, para US$ 7,87 bilhões, ligeiramente abaixo das previsões de Wall Street de US$ 7,93 bilhões.
As demissões na Netflix ocorreram em vários departamentos da empresa, majoritariamente nos Estados Unidos.
Em abril, a companhia demitiu uma dúzia de redatores de seu novo site editorial Tudum, além de 25 funcionários de marketing.
No mês seguinte, demitiu cerca de 150 funcionários em período integral, devido também à “desaceleração do crescimento da receita“, conforme um porta-voz da Netflix na época. Além disso, também demitiu 70 em seu estúdio de animação e pelo menos 60 na divisão de redes sociais.
No 1T22, a Netflix perdeu 200 mil assinantes, culpando parcialmente o compartilhamento de senhas pela perda de assinantes. A estimativa da companhia é de que mais de 100 milhões de lares estão usando o serviço por meio de uma senha compartilhada com eles, incluindo 30 milhões na América do Norte.
Demissões nas big techs e startups
Em março deste ano, cerca de 100 funcionários que trabalhavam com computação em nuvem no Google (GOGL34) foram demitidos. A Microsoft (MSFT34) reduziu o número de contratações para se preparar para os resultados fiscais do ano de 2022. A Tesla (TSLA34), liderada pelo homem mais rico do mundo Elon Musk, paralisou as contratações. A Intel (ITLC34) fez o mesmo. Já o Spotify (S1PO34) revisou seus planos para reduzir 25% o número de contratações neste ano.
A onda de demissões em empresas de tecnologia chegou à Netflix só agora, mas começou nas startups. No Brasil, empresas como Mercado Bitcoin, Zak, Sami, Quinto Andar, Liv Up, Loft, Faci.ly, Olist, Kavak, Vtex e Sanar fizeram cortes em seus times neste ano.
Grande parte das startups busca o crescimento exponencial dos negócios, financiado com venture capital, o capital de risco levantado junto a fundos de investimento ou investidores-anjo. Com o aumento do risco de recessão global, inflação e taxas de juros, as empresas começaram a captar menos em 2022, levando a ajustes nas finanças para manter os negócios.
As rodadas de demissões em massa em 2022 atingiram as Americanas (AMER3), que demitiu 400 pessoas em menos de dois meses na operação brasileira.
Netflix pode perder mais 2 milhões de asssinantes no segundo trimestre de 2022
A Netflix viu uma década de crescimento acelerado, que levou a companhia a atingir mais de 220 milhões de assinantes globais. A previsão da empresa é de perder mais 2 milhões no segundo trimestre de 2022, mesmo com o lançamento de novas temporadas de séries de sucesso como Stranger Things e The Umbrella Academy.
Em março, a empresa começou a testar um novo recurso para monetizar o compartilhamento de contas nas regiões da América Latina. Os usuários poderiam adicionar até duas contas de “membro extra” por uma pequena taxa adicional, além de sua assinatura mensal.
Agora, a Netflix está considerando uma opção para a plataforma com anúncios, que até pouco tempo tinha sido rejeitada.
No caso da Netflix e outros streamings, a companhia também tem sofrido uma competição acirrada por parte de novas plataformas, como Disney+ e HBO Max, ambos disponíveis no Brasil.
A Netflix reconheceu em uma carta aos acionistas em abril que o lançamento de novos serviços de streaming pode ter contribuído para a desaceleração do crescimento.
Com informações do Estadão Conteúdo