Diante da ‘elevada quantidade de consultas’ recebidas em suas redes sociais, o Procon em São Paulo decidiu notificar a Netflix (NFLX34) sobre comunicado a seus usuários sobre cobrança adicional por compartilhamento de assinatura.
O órgão de defesa do consumidor quer esclarecimentos da empresa.
Segundo o Procon, o objetivo é ‘entender o que, de fato, a Netflix está anunciando aos seus assinantes’ sobre a cobrança sobre compartilhamento de assinaturas.
A investigação preliminar do Procon busca saber se, efetivamente, a Netflix está adotando um novo critério de cobrança e como funcionará este eventual novo sistema de acesso, além de outras informações relacionadas, ‘para que seja possível analisar, com base em dados concretos, eventuais infrações ao Código de Defesa do Consumidor’.
O Procon-SP está orientando os consumidores que receberam alguma comunicação da empresa sobre mudança na forma de cobrança da assinatura do serviço e a consideram irregular, que registrem formalmente uma reclamação no site.
“Somente com a comprovação das mudanças e a formalização das reclamações será possível avaliar se a nova forma de cobrança pelo acesso ou a tecnologia utilizada para controle tem amparo legal no Código de Defesa do Consumidor”, explica Rodrigo Tritapepe, diretor de Atendimento e Orientação do Procon-SP.
Com a palavra a Netflix
Até a publicação desta matéria, a reportagem do Estadão buscou contato com a Netflix, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação.
Netflix começou a cobrar usuários nos EUA por compartilhamento de senha
A Netflix anunciou nesta terça-feira, 23, que estava oferecendo aos assinantes dos Estados Unidos maneiras de compartilhar suas contas com usuários fora de casa, enquanto a empresa reprime o compartilhamento de contas.
A gigante do streaming disse que os usuários podem pagar uma taxa mensal extra de US$ 7,99 para adicionar um usuário externo à sua conta.
A empresa informou que planeja alertar os assinantes dos EUA que estão compartilhando uma senha fora de casa por e-mail. Espera-se que a mudança gere novas receitas.
A Netflix anunciou há três meses um plano semelhante para usuários no Canadá, Espanha, Portugal e Nova Zelândia para reprimir senhas compartilhadas. A Netflix lançou as mudanças, pois pretende cortar US$ 300 milhões em gastos em 2023, em um esforço para melhorar a lucratividade.
Clientes em outros mercados inicialmente recusaram sua campanha contra o compartilhamento de senhas, mas muitos acabaram pagando por suas próprias contas para assistir ao conteúdo, disse a empresa.
No Brasila partir desta terça (23), quem divide a conta da Netflix soube que deveria se preparar para pagar a mais por isso.
A gigante do streaming começou a notificar seus assinantes de que será necessário pagar uma nova taxa para compartilhar a conta.
“É possível compartilhar sua conta Netflix com alguém que não mora com você por R$ 12,90/mês por assinante extra”, destacou a empresa no e-mail.
Em comunicado à imprensa, a Netflix reforçou que a conta “deve ser usada por uma única residência”.
“Todas as pessoas que moram nesta mesma residência podem usar a Netflix onde quiserem, seja em casa, na rua, ou enquanto viajam”, detalhou a empresa.
“Sabemos que nossos assinantes têm muitas opções de entretenimento. Por isso continuamos investindo na variedade de filmes e séries, garantindo que independentemente do seu gosto, humor, idioma, ou com quem você assiste, sempre tenha algo para você na Netflix“, reforçou a empresa.
Com informações do Estadão Conteúdo