Neoenergia (NEOE3) fecha contrato de R$ 800 milhões em financiamento com metas ESG
A Neoenergia (NEOE3) informou nesta terça-feira (23) que assinou um contrato de de financiamento de R$ 800 milhões com a International Finance Corporation (IFC) por meio da Elektro Redes – sua distribuidora que abrange São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O contrato entre a Neoenergia e a IFC é uma parceria voltada para o ESG, com metas atreladas às questões de diversidade e governança. Dentre elas, o percentual de mulheres eletricistas na empresa e o percentual de digitalização da companhia.
Se a empresa bater as metas previamente firmadas até 2027, haverá um corte no spread da dívida por parte da IFC.
“O contrato de financiamento ora assinado reforça o amplo acesso da companhia a linhas de crédito a custos e prazos competitivos, reiterando sua estratégia de diversificação de fontes de financiamento para suportar o desenvolvimento de seu plano de negócios”, disse a empresa.
O prazo do contrato é de oito anos, com dois anos de carência para o principal.
Neoenergia vendeu metade dos seus ativos no Brasil por R$ 1,2 bilhão
Em uma operação de venda que se reflete em um duplo ganho para a empresa elétrica de origem espanhola anunciou a venda de 50% de seus ativos de transmissão operacionais para a Warrington Investment, controlada pelo fundo de investimentos GIC, de Cingapura, por um valor estimado em R$ 1,2 bilhão.
Além de embolsar esses recursos que vão reforçar o caixa da empresa, pelo acordo, a Neoenergia lançou as bases para a entrada de novos recursos em um futuro próximo e garantiu fôlego novo para continuar a expansão de sua carteira de projetos de transmissão nos próximos leilões.
Adicionalmente à venda, o acordo firmado nesta terça, 25, também estabeleceu que o GIC terá direito de primeira oferta em relação à potencial venda futura de 50% de participação em ativos de transmissão atualmente em construção pela Neoenergia, que somam 6.089 quilômetros de linhas.
Além disso, a Neoenergia e o GIC assinaram um contrato de desenvolvimento para a participação conjunta nos próximos leilões de transmissão no Brasil, incluindo o certame marcado para 30 de junho.
O anúncio da venda ocorreu antes do prazo inicialmente indicado pela direção da Neoenergia – até o fim de junho. Além de GIC, Itaúsa, Caisse de Dépôt et Placement de Québec (CDPQ) e Ontario Teachers analisaram os ativos.
A aquisição ainda está sujeita à aprovação prévia pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A estimativa é de que a transação deverá ser concluída no segundo semestre deste ano.
Pelo acordo, será criada uma holding para abrigar os ativos de transmissão operacionais, na qual cada empresa terá metade do capital. A gestão física dos ativos, como operação e manutenção, continuará sob responsabilidade da Neoenergia.
“Continuaremos implementando as melhores práticas de mercado e alcançando patamares de qualidade para a operação”, disse o diretor-presidente da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, em teleconferência com analistas e investidores na manhã de ontem.