O empresário Nelson Tanure está interessado a adquirir a BR Malls (BRML3), de acordo com o jornal O Globo. A companhia que administra shoppings também negocia com as concorrentes Aliansce Sonae (ALSO3) e com a Ancar Ivanhoe.
O interesse de Tanure não é novidade: ele já se movimentava para comprar a companhia desde outubro de 2021.
Na última semana, o Valor Econômico afirmou com exclusividade que a BR Malls voltou a conversar com a Ancar para uma possível combinação de ativos. Essa operação já havia sido discutida em 2020, quando as empresas tentaram uma fusão parcial, sem chegar a um acordo. Após a BR Malls negar os avanços da Aliansce, as negociações com a Ancar foram retomadas.
Nesse meio tempo, Tanure se envolveu em outra operação. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) analisava venda dos ativos móveis da Oi (OIBR3) ao trio de teles Vivo (VIVT3), TIM (TIMS3) e Claro. O empresário, dono da Sercomtel e da Copel Telecom, tentou emperrar a transação para tentar comprar a Oi Móvel.
As ações da BR Malls operam em alta de 2,67%, a R$ 9,61, próximo das 13h05, nesta segunda-feira (14).
Além da Oi, Nelson Tanure também está envolvido em briga com minoritários da Alliar
Além da disputa com as concorrentes da Oi, o empresário se envolveu recentemente em uma briga com os acionistas minoritários do Centro de Imagem Diagnósticos, sob o nome Alliar (AALR3).
Apesar de o Cade ter aprovado sem restrições, em 20 de janeiro, a compra de parte das ações da Alliar pela gestora MAM Asset Management, Vladimir Timerman, fundador e gestor da Esh Capital e parte do bloco minoritário da Alliar, questiona a validade da negociação.
Entre os argumentos, Timerman destaca dois pontos que entende serem importantes: o primeiro é a tentativa de alienação de controle da companhia por Tanure sem uma oferta pública de ações, conforme ditaria o regramento das empresas listadas no segmento de Novo Mercado da B3 (B3SA3).
O segundo é o prêmio pago ao grupo majoritário na forma de opção de venda. “A put é um benefício adicional e tem um valor econômico facilmente calculável”, afirma Timmerman. “Como um suborno, uma oferta de vantagem em troca de os controladores não entregarem as ações”, disse.
Além da Oi, Tanure já foi acionista do estaleiro Emaq, da construtora Gafisa, da petroleira HRT, atual PetroRio (PRIO3), e do jornal Gazeta Mercantil, todas empresas em situação falimentar ou com dificuldades nas contas.