Confira os destaques dos negócios corporativos que devem chamar a atenção dos investidores nesta terça-feira, 11 de setembro.
Vale (VALE5) e Bradespar (BRAP4)
O jornal Valor Econômico noticia que a holding da Vale, a Bradespar, negociou um acordo com a Litel no valor de R$2,5 bilhões para finalizar uma disputa bilionária com a Elétron, o veículo do Banco Opportunity, de Daniel Dantas. Executivos da Bradespar, Litel e Elétron devem se reunir nesta terça-feira para mais uma rodada de negociações.
O valor representaria um desconto de 25%-30% para a Bradespar, acima dos 15%-20% esperados pela equipe da análise da XP Research.
Ainda na Vale, analistas do Citi apontam que os embarques de minério da companhia devem superar 100 milhões de toneladas no trimestre.
Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras realizou revisão e optou por manter o preço da gasolina inalterado. Ontem, o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, afirmou que a mesma política de hedging que a empresa aprovou para a gasolina poderá ser usada no futuro também para o diesel.
Fibria (FIBR3 ) e Suzano (SUZB3)
A Fibria e Suzano se aproximam fase final das aprovações necessárias para a sua fusão. “Essa operação cria valor para todos as partes relacionadas e acionistas das duas companhias. Cria também valor para o Brasil, que fica cada vez mais competitivo globalmente em um setor que é fundamental e gera muitas divisas e muitos empregos”, afirmou o presidente da Suzano, Walter Schalka, em entrevista ao Valor Econômico.
As duas empresas empresas valem hoje cerca de R$ 100 bilhões na B3 e sua fusão resultará na maior companhia do agronegócio brasileiro. Na quinta-feira, dia 13, se tudo ocorrer como se espera, a assembleia geral extraordinária das duas empresas deve aprovar a operação. Depois disso, faltarão os avais dos dois últimos órgãos antitruste que analisam a operação, a Comissão Europeia e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Estados Unidos, China e Turquia já deram seu aval ao negócio.
Azul (AZUL4 +1,32%)
Em anúncio dos resultados preliminares operacionais de agosto, a Azul registrou uma alta de 0,8 pontos percentuais na taxa de ocupação em agosto, atingindo a marca de 82,4%. “Além do cenário saudável de demanda, recebemos recentemente nosso 17º A320neo, o principal impulsionador do nosso plano de expansão de margem para os próximos anos. Estamos apenas no início do processo de transformação da nossa frota e eu não poderia estar mais empolgado”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul.
Eletrobras (ELET6 -0,16%; ELET3 -1%)
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) negou recurso contra a desverticalização da Amazonas Distribuidora, concessionária administrada pela Eletrobras. Ontem, o presidente da distribuidora, Wilson Ferreira Junior, afirmou que o leilão de privatização da estatal terá sua data adiada no caso do projeto de lei que viabiliza financeiramente a companhia não ser aprovado pelo Senado antes dele acontecer. No momento, o leilão está marcado para 26 de setembro, mas o Senado indicou que o PL só será votado no plenário depois do primeiro turno das eleições, em 9 de outubro.
A Eletrobras também anunciará em outubro um programa de demissão voluntária para 2,5 mil trabalhadores, com a meta de cortar gastos em R$ 1 bilhão. O presidente da companhia também afirmou que a alavancagem deve ficar abaixo de 3x dívida líquida/Ebitda depois do leilão das SPEs, até 27 de setembro.
Wilson Ferreira declarou também que deseja permanecer à frente da empresa caso o próximo governo seja favorável à privatização da Eletrobras.
BB Seguridade (BBSE3 -0,53%)
A BB Seguridade anunciou a compra de uma participação maior na Ciclic, corretora digital de seguros. O aumento da participação foi realizado pela BB Corretora de Seguros, e teve aporte de R$ 20,25 milhões. O acordo havia sido anunciado em novembro de 2017 e aguardava aprovação regulatória.
Agora, a BB Seguridade passa a ter 49,9% das ações votantes e cerca de 75% das ações preferenciais da Ciclic. O restante é da PFG2 Participações. O acordo inclui a distribuição de produtos de previdência privada e é válido até 2032.
“Embora pequenos, acreditamos que o acordo deve apoiar a crescente concorrência na distribuição de negócios de previdência privada oriundos de plataformas de investimento digital. Atualmente, a plataforma de investimentos oferece apenas produtos da BrasilPrev e BBDTVM, o mais provável é que se torne uma plataforma aberta para adquirir mais clientes posteriormente”, segundo a equipe de análise do Brasil Plural.
Hypera (HYPE3 -1,29%)
A Hypera anunciou a contratação do executivo Helio Segouras como chefe da unidade de negócios Consumer Health. Segouras é experiente na indústria farmacêutica, com 14 anos na Novartis antes de intressar na Hypera. Na companhia anterior, atuou como Head Regional de Primary Care e Especialidades para a América Latina e Canadá. Ele entra no lugar do diretor de marketing e vendas, Luiz Clavis, que realizava a função interinamente, e será responsável pelo portfólio OTC da Hypera, que inclui marcas como Benegrip, Coristina, Tamarine, Engov, Epocler, Doril , Estomazil, Gelol, e Apracur, entre outros.
“Esse movimento pode indicar que a empresa está reconstruindo sua equipe de gestão, após a saída do ex-CEO Claudio Bergamo, que deixou a empresa em meio a investigações relacionadas a esquemas de suborno envolvendo políticos brasileiros. Isso poderia reduzir as chances de um retorno de Bergamo, que era visto como um executivo-chave para a estratégia de longo prazo do grupo. Por enquanto, acreditamos que a Hypera continua apresentando fortes operações, mas vemos crescentes riscos de execução no futuro”, pela análise do Brasil Plural.
Marisa (AMAR3 -1,5%)
Mais dois executivos deixam a Marisa depois da saída do CEO Marcelo Araújo e da renúncia do presidente do conselho, Marcio Goldfarb, logo em seguida. Denise Goldfarb e Traut Guida saem da empresa e serão substituídos por Flavia Bittencourt e Paulo Sérgio Silva.
Flavia Bittencourt é gerente geral do Brasil na Sephora, enquanto Paulo Sérgio Silva foi CEO do Walmart.com no Brasil e diretor de vendas da Terra Networks. “Nossa opinião é que a Marisa ainda enfrenta importantes desafios antes de implementar seu plano de recuperação e colocar as operações de volta nos trilhos, o que poderia ser prejudicado pela saída dos principais membros executivos”, analisa o Brasil Plural.