A Natura (NTCO3) divulgou nesta sexta-feira (16) suas projeções para 2023. A companhia espera, no consolidado do ano, ter uma receita líquida de R$ 47 bilhões a R$ 49 bilhões. No ano passado, para fins de comparação, a empresa registrou uma receita de R$ 36,9 bilhões.
Além de melhorar sua receita em mais de 30%, a Natura espera também ver a sua margem Ebitda, que mede a lucratividade na operação, avançando. No último trimestre de 2020, essa margem ficou em 10,4%. Em 2023, a empresa pretende colocá-la entre 14% e 16%.
Com a margem avançando, a Natura ganha um pouco de espaço para captar dinheiro através de dívidas: a empresa pretende manter a sua alanvacagem atual, medida pela relação entre o Ebitda e a dívida líquida (Ebitda/DL) – o plano é deixar o resultado da relação em um ou menos. No final de 2020 esse número era de 0,97. Com o avanço do Ebitda a empresa tem uma folga extra para captações, que pode usar ou não.
Segundo a Natura, as novas projeções levam em conta o crescimento do mercado global de cosméticos e itens de cuidado pessoal em geral, a expectativa da companhia em avançar nas vendas digitais, e o plano para a Avon Internacional – adquirida pela empresa brasileira no começo de 2020. Os cálculos consideram também um câmbio de US$ 1 para R$ 5.
Parte dos ganhos da Natura sairão das sinergias da aquisição da Avon
A margem Ebitda, em particular, a Natura vê avançando por conta, primeiramente, da maior receita e do ganho de uma alavancagem operacional, oriunda em boa parte das sinergias que ainda estão sendo adquiridas após a aquisição da Avon Internacional – a empresa espera capturar de US$ 350 a US$ 450 milhões até 2024 com os processos.
A Natura vê sinergias com a Avon em vários pontos da sua cadeia de produção, indo da otimização de compras de matérias-primas à logística, redução de despesas administrativas e menores gastos com publicidade e propaganda.
Apesar disso, a Natura espera gastar cerca de US$ 230 milhões no mesmo período para captar essas melhorias – apenas o plano de investimentos para a Avon são de US$ 163 milhões até 2024.