A Natura &Co (NTCO3) divulgou na manhã desta sexta-feira (16) o guidance para 2023, com as projeções da companhia para receita, margem Ebitda e alavancagem. Na visão de analistas, os dados foram positivos, mas já estão precificados.
No consolidado do ano, a Natura espera apurar uma receita líquida de R$ 47 bilhões a R$ 49 bilhões. Para fins de comparação, a fabricante de cosméticos registrou uma receita de R$ 36,9 bilhões em 2020.
A companhia também estima um aumento da margem Ebitda, para entre 14% e 16%. No último trimestre do ano passado, o indicador ficou em 10,4%.
No que tange ao endividamento, a Natura pretende manter a sua alavancagem atual e deixar o resultado da relação entre Ebitda e dívida líquida em um ou menos. No final de 2020 esse número era de 0,97.
Para o segmento Avon Internacional, a empresa espera sinergias de US$ 350 milhões a US$ 450 milhões até 2024.
A Natura vê sinergias com a Avon em vários pontos da sua cadeia de produção, indo da otimização de compras de matérias-primas à logística, redução de despesas administrativas e menores gastos com publicidade e propaganda.
Para Richard Cathcart, do Bradesco BBI, guidance positivo de margens e sinergias combinado com o turnaround da Avon, desalavancagem e opcionalidades na Ásia reforçam o rating de Outperform para a empresa.
A análise foi corroborada pelos analistas do Goldman Sachs Irma Sgarz, Felipe Rached e Chandru Ravikumar, embora o banco tenha recomendação de Venda para o papel.
“A Natura apresentou um guidance relativamente otimista para 2023, com o ponto médio das faixas indicadas implicando uma alta moderada para o consenso do BBG (e um upside mais significativo em relação ao do Goldman Sachs).”
Mesmo assim as ações da empresa lideraram as baixas do Ibovespa nesta sexta-feira, despencando 5,07%, para R$ 50,16 . Na análise da Ativa Research, os papéis da Natura recuaram pois os indicadores já estavam precificados