O conselho de administração da Natura &Co Holding (NTCO3) autorizou a diretoria da companhia a estudar alternativas estratégicas para a The Body Shop, subsidiária da Natura, incluindo uma potencial venda deste negócio.
No Ibovespa, as ações da Natura subiram 4,12%, chegando a liderar as maiores altas por volta das 10h50 desta segunda-feira (28).
Segundo o documento publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), não há qualquer garantia de que a autorização concedida irá resultar em uma transação.
“A Natura não pretende comentar ou fornecer atualizações sobre esse assunto, a menos que ou até que determine que uma divulgação adicional é apropriada ou necessária com base nos fatos e circunstâncias”, diz o fato relevante.
Em relação a unidade The Body Shop, um dos desafios tem sido reequilibrar a distribuição para adotar o digital e atacado, simplificar o portfólio e revitalizar a diferenciação da marca.
“O crescimento de curto prazo é limitado pelo ambiente macroeconômico e pelos níveis de estoque subótimos. No entanto, o gerenciamento rigoroso de custos tem proporcionado margens mais altas (excluindo os custos de reestruturação), uma tendência que esperamos que continue”, afirma o Itaú BBA em relatório.
Itaú BBA recomenda compra e projeta upside de 35%
O Itaú BBA manteve recomendação de compra para as ações da Natura (NTCO3), após ver sinais de melhoria na rentabilidade. Para os analistas, a unidade de negócios da Natura na América Latina é um dos principais impulsionadores da geração de valor para o futuro da empresa.
“Embora ainda não tenhamos clareza sobre quando a The Body Shop e a Avon International retomarão o crescimento, elogiamos os esforços da empresa e vemos sinais iniciais de melhoria na rentabilidade”, diz o BBA.
Segundo analistas, a integração com a Avon abrirá caminho para um maior rentabilidade por causa da otimização do portfólio dentro de Home & Style e CFT (Comércio, Fragrâncias e Higiene Pessoal), melhorando os retornos.
O BBA, no entanto, destaca riscos associados com a integração como desalavancagem operacional. “Como a implementação da Fase 2 está prevista para ser concluída apenas até o final de 2024, e os custos associados estão em jogo, esperamos que as margens de Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) se tornem muito mais saudáveis a partir desse momento, atingindo cerca de 17% até o final de 2027.”
Dessa forma, atualizando as estimativas do segundo trimestre de 2023 e a fase dois de integração com a Avon, o banco recomenda compra das ações, com preço-alvo de R$ 21. O potencial de valorização é de 35% no preço atual.
Último capítulo da venda da Aesop
A Natura divulgou, no último dia 16, que obteve todas as aprovações regulatórias necessárias e antitruste para conseguir finalizar sua transação de venda da Aesop à L’Oréal.
“O fechamento da transação deverá ocorrer nos termos do contrato de compra e venda de ações celebrado entre as partes”, diz a Natura, em seu comunicado.
A Aesop é uma empresa australiana que fabrica produtos para a pele, corpo e cabelo, com um mix de ingredientes botânicos e desenvolvidos em laboratórios, sendo adquirida pela Natura em meados de 2012, pela cifra de US$ 70 milhões.
A venda da Aesop consiste em uma transação de US$ 2,5 bilhões anunciada ainda em meados de abril.
A aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) veio em maio.
A L’Oréal Austrália, integralmente detida pela L’Oréal, deve adquirir a totalidade do capital social e votante da Natura Brazil Pty, holding detentora do Grupo Aesop atualmente detida pela Natura Cosméticos.
Na outra ponta, a Natura deve incrementar o caixa e remar na direção da desalavancagem financeira, posicionando a empresa com um foco no seu core business e também na integração dentro da América Latina.
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