A Natura (NTCO3) está sendo negociada com um desconto de cerca de 33% com relação aos seus pares globais, na visão da XP Investimentos.
O preço da ação da Natura faz com que a companhia esteja “muito barata para ser ignorada”, segundo a casa.
Em relatório divulgado ao mercado, o time liderado por Danniela Eiger mapeou os possíveis cenários de reorganização para a Natura, tendo em vista três principais pontos.
O primeiro deles é a combinação da Natura e a Avon Internacional em uma única unidade de negócio.
“Acreditamos que este seja um dos movimentos mais prováveis da empresa”, dizem.
A separação da Aesop é o segundo ponto.
Apesar de os analistas acreditarem que a operação destravaria valor, uma vez que enxergam a Aesop má precificada dentro do atual valuation da Natura com sua baixa representatividade no Ebitda consolidado, os analistas não acreditam que o “timing” seja ideal.
“A Aesop está iniciando um ciclo de investimentos para entrar na China, o que deve pressionar a rentabilidade no curto-prazo. Isso ocorre enquanto a China enfrenta um cenário macro desafiador por causa das revisões negativas para o PIB, após lockdowns recentes, combinados com uma crise dos setores de energia e imobiliário”, justificam.
O terceiro e último ponto envolve a venda da The Body Shop. Para a XP, a possível venda do ativo é positiva, dado que o movimento reduziria complexidades para a Natura.
“Embora não vejamos compradores em potencial, acreditamos que fundos de Private Equity possam ser os mais prováveis”, afirma a XP.
Cenários para a Natura
A partir das análises, foram três os cenários precificados pela XP:
- EV/EBITDA de 10x em 2023 para a Natura, assumindo que todas as outras unidades de negócio sejam excluídas;
- EV/EBITDA de 9x em 2023 para Natura fundida com Avon Internacional, assumindo que a Aesop e The Body Shop serão excluídas;
- EV/EBITDA entre 5-6x para Natura fundida com Avon Internacional com Aesop variando entre 20-15x e assumindo The Body Shop excluída.
Com isso, a casa atualizou suas estimativas com os resultados da companhia aumentando o Ebitda esperado para 2022 em 8%.
A casa reiterou sua recomendação de compra para as ações da Natura, dando preço-alvo de R$ 25 por ação – o que implica potencial de alta de mais de 50%, dado o fechamento do último pregão, a R$ 16,45. Nesta quinta (15) os papéis da empresa sobem 1,5%, negociados a R$ 16,68 no intradia.