Natura (NTCO3) aprova nova transação societária em assembleia; saiba mais
A Natura (NTCO3) informou ao mercado a aprovação, pela única acionista Natura&Co Holding, da venda de participação societária detida na Natura Brazil Pty Ltd para a Natura&Co Luxembourg Holdings Sàrl. O acordo ocorreu por meio de assembleia geral extraordinária realizada na quarta-feira (21).
Em comunicado, a Natura informou que a reunião deliberou a transferência da obrigação de dívida externa da companhia emitida em maio de 2021 (notas com taxa fixa de 4,125% com vencimento em 2028) para a Natura&Co Luxembourg Holdings Sàrl.
O documento foi assinado por João Paulo Ferreira, diretor-presidente e de relações com investidores da companhia.
Natura tem venda da Aesop aprovada pelo Cade
Em maio, a superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda da Aesop pela Natura (NTCO3) à L’Oreal.
A Aesop é uma empresa australiana que fabrica produtos para a pele, corpo e cabelo, com um mix de ingredientes botânicos e desenvolvidos em laboratórios, sendo adquirida pela Natura em meados de 2012, pela cifra de US$ 70 milhões.
A L’Oréal, por sua vez, é uma multinacional francesa de cosméticos presente em 130 países e fundada em 1909, com sede em Clichy, com especialização em produtos para cabelos, protetores solares e também no ramo dermatológico.
A L’Oréal Austrália, integralmente detida pela L’Oréal, deve adquirir a totalidade do capital social e votante da Natura Brazil Pty, holding detentora do Grupo Aesop atualmente detida pela Natura Cosméticos.
Pretende depois fomentar e expandir o potencial de crescimento da Aesop.
Na outra ponta, a Natura deve incrementar o caixa e remar na direção da desalavancagem financeira, posicionando a empresa com um foco no seu core business e também na integração dentro da América Latina.
A superintendência do Cade afirma que a Aesop não é uma marca significativa no segmento de beleza e cuidados pessoais no Brasil, independentemente da definição de mercado relevante considerada.
“O aumento de concentração de mercado resultante da operação proposta é, em todos os cenários analisados, desprezível e não desperta quaisquer preocupações concorrenciais”, diz o parecer.
Natura ampliou prejuízo para R$ 652 milhões no 1T23
A Natura (NTCO3) anotou prejuízo líquido de R$ 652,4 milhões no primeiro trimestre de 2023. Com isso, o prejuízo da Natura representa alta de 1,4% ante os R$ 643,1 milhões registrados em igual etapa do ano anterior.
O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Natura no 1T23 ficou em R$ 841,7 milhões, representando alta de 41,3% em relação ao mesmo período de 2022.
A margem Ebitda ajustada foi de 10,5%, representado uma alta de 3,3% pontos percentuais (p.p.) ante igual etapa do ano anterior.
A receita líquida de NTCO3, por sua vez, caiu 2,8% no comparativo anual, para atuais R$ R$ 8,021 bilhões. A margem líquida foi negativa em 8,1%, ante 7,8% negativos em igual etapa do ano anterior.
No resultado da Natura ainda consta que a receita, em moeda constante, cresceu 3,4% – justificado pelo crescimento das operações na América Latina, além da Aesop, cuja venda foi fechada em meados de abril.
“Excluindo a Aesop, o 1T23 apresentou uma forte melhoria de lucratividade, impulsionada principalmente pela expansão da margem bruta em todas as unidades de negócios, e no controle contínuo de custos, que foram parcialmente compensados pela desalavancagem das vendas na The Body Shop, na Avon na América Latina e, em menor grau, na Avon International”, diz o CEO da Natura.
“A expansão da margem bruta neste trimestre se deve à manutenção do aumento de preços e a um mix mais favorável, mais do que compensando o ambiente inflacionário em que estamos inseridos. Pela sazonalidade normal do negócio, o consumo de caixa no 1T foi alto, conforme planejado, e a gestão do capital de giro foi impactada pela formação de estoques para o 2T e por mudanças relacionadas a contínua integração das marcas Natura e Avon na América Latina”, completa.
Segundo o executivo, em termos de geração de receita, o destaque ainda é a marca Natura, que segue em “forte impulso desde o ano passado”, mostrando alta de 25% nas vendas no Brasil.
Desempenho das ações da Natura
Perto das 16h40, as ações ordinárias de Natura subiam 0,06%, a R$ 17,29.
Cotação NTCO3