Natura (NTCO3): analistas elevam recomendação e preço-alvo: “Margens devem crescer”
O BB Investimentos elevou recomendação de neutra para compra das ações da Natura (NTCO3) e o seu preço-alvo. Segundo o BB, há uma melhora na perspectiva para o desempenho financeiro da companhia, considerando positiva a venda da The Body Shop.
Para a equipe do BB, a execução do plano de transformação da Natura & Co está permitindo margens mais elevadas. No entanto, os analistas ainda se mantêm cautelosos com a recuperação da Avon International.
No processo de transformação desde 2022, a Natura & Co vem buscando redesenhar a estrutura organizacional para deixá-la mais enxuta, dizem os analistas, reduzindo as despesas da holding e melhorando os negócios de baixo desempenho, como Avon e The Body Shop, aponta o BB. Além disso, faz parte da estratégia priorizar a geração de caixas.
“Os resultados divulgados no 2T23 da Natura deram continuidade às melhoras observadas no 1T23, em especial no que se refere aos ganhos de margem Ebitda Ajustada”, afirma a casa de investimento.
Neste contexto, o BB recomenda compra para as ações da Natura & Co, com preço-alvo de R$ 18,20 – ante R$ 17,40 no relatório anterior. Nesta terça (26) os papéis subiram 0,515, cotados a R$ 15,59.
Natura & Co: foco agora é remodelar os negócios da América Latina, diz BB
Segundo o BB, a Natura&Co pontuou que, no segundo semestre de 2023, o foco está na Onda 2, iniciativa que consiste em remodelar negócios na América Latina.
O objetivo será acelerar a integração dos negócios da Natura e Avon na região, com objetivo principalmente de aumentar a rentabilidade da marca Avon.
“Enquanto na Onda 1 focou na adoção de novas regras do modelo comercial da Avon, a Onda 2 busca integrar o portfólio da Avon ao processo de comercialização e distribuição da Natura para alcançar uma simplificação significativa de logística, tecnologia e gastos gerais e administrativos”, informa o BB-BI.
Os analistas projetam que, a partir da implementação da Onda, espera-se a otimização do portfólio, aumento do número mínimo de pedidos, integração das marcas nas rotas logísticas e da eficiência de frete.
The Body Shop tem puxado para baixo resultado do grupo, dizem analistas
Em agosto, a The Body Shop, marca de cosméticos, produtos de beleza e perfumes inglesa da Natura & Co, recebeu autorização do conselho de administração, para que a diretoria explorasse a busca por “alternativas estratégicas”, incluindo a possibilidade de venda.
O BB-BI diz ter uma visão positiva desse movimento porque a The Body Shop tem sido uma detratora dos resultados do Grupo e seria necessário o direcionamento de recursos para a recuperação do negócio.
“Em nossas estimativas, a venda da The Body Shop poderá levantar, pelo menos, R$ 2 bilhões, levando em consideração o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estimado para 2023 (R$ 367 milhões) e um múltiplo conservador de EV/Ebitda (5,5x)”, mostra a casa.
Prejuízo da Natura (NTCO3) no 2T23 foi de R$ 732 mi
A Natura (NTCO3) apurou prejuízo líquido de R$ 732 milhões no segundo trimestre de 2023. O resultado negativo foi 4,6% menor do que o apresentado no mesmo período do ano passado.
O Ebitda da Natura (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), por sua vez, foi de R$ 753 milhões, alta de 25,8% ante o reportado de abril a junho de 2022.
A receita líquida consolidada da Natura, por sua vez, foi de R$ 7,8 bilhões, uma queda de 4,1% sobre o segundo trimestre do ano anterior. Se considerada variação porcentual em moeda constante, porém, houve alta de 1,9% nesse indicador.
A margem bruta foi de 65,4%, em alta de 430 pontos-base (bps). Já a margem Ebitda ajustada foi de 9,7%, um aumento de 230 pbs na comparação com o mesmo período do ano passado. Para a companhia, o resultado da Natura no 2T23 reflete melhorias de margem em todas as três unidades de negócio, Natura &Co América Latina, Avon Internacional e The Body Shop, além de uma queda de 5,7% nas despesas corporativas. O grupo fechou o trimestre com uma posição de caixa de R$ 3,7 bilhões.
O CEO da companhia, Fabio Barbosa, afirmou que o desempenho “continua a apresentar as melhorias já observadas no primeiro trimestre, com crescimento de um dígito baixo da receita líquida em moeda constante, e uma melhora significativa na margem Ebitda ajustada”. “Isso foi impulsionado principalmente pela margem bruta, que se beneficiou dos efeitos de mix de produtos, mas foi parcialmente compensada por investimentos e pela inflação”, escreveu o executivo.
Ele pontuou ainda que o lucro líquido seguiu “impactado por um alto nível de despesas financeiras, que serão endereçadas na conclusão da venda da Aesop, prevista para ocorrer no terceiro trimestre deste ano”.
Ainda conforme o CEO, o segundo trimestre do ano da Natura foi um marco pelo início da “Onda 2” de integração entre Natura e Avon na América Latina, começando com o Peru e a Colômbia, que, segundo o executivo, “já demonstraram resultados iniciais bastante satisfatórios”.
“Ao entrarmos no segundo semestre, nosso foco se volta para o lançamento da Onda 2 no Brasil. Estamos satisfeitos com os aprendizados iniciais do Peru e da Colômbia, e estamos confiantes de que eles nos ajudarão a entregar resultados sólidos para o nosso maior mercado na região, e a outros que se seguirão”, afirmou Barbosa, no release de resultados.
Desempenho das ações da Natura
Cotação NTCO3