Natura (NTCO3): Após ações dispararem, empresa diz que venda da Aesop não está definida
A Natura & Co (NTCO3) disse que a operação de venda da Aesop ainda não está definida, após a divulgação do interesse de marcas como LVMH e L’Oreal. Na segunda (30), as ações da companhia de beleza fecharam em alta de 5,49% por causa das especulações sobre a temática.
Após ser questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Natura afirmou que “permanece avaliando a viabilidade de venda de participação na Aesop como uma das alternativas estratégicas para financiar o crescimento acelerado da Aesop, bem como agregar mais valor para a companhia e seus acionistas”.
Não há até o momento qualquer definição quanto aos termos, condições e a própria contraparte da companhia em uma potencial transação.
Segundo a apuração da Bloomberg, além da LVMH e da L’Oreal, o grupo de beleza japonês Shiseido também estaria interessado na marca de luxo da companhia brasileira.
De acordo com as fontes, o negócio estaria avaliado em ao menos US$ 2 bilhões. As três companhias internacionais não quiseram comentar o caso.
Natura e Aesop
Em dezembro de 2022, os estudos da Natura para a venda de uma fatia minoritária da Aesop mostraram que a empresa buscava uma solução rápida para diminuir o endividamento, que representa 4,35 vezes do seu Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
O anúncio veio depois do grupo ter informado ao mercado que poderia fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) ou uma cisão do ativo, também com futuro IPO.
Na época, a companhia havia explicado que também estudava a viabilidade de venda da participação minoritária da Aesop, o que pode ocorrer em um prazo mais curto e, caso seja concretizada, aliviaria o endividamento da Natura.
Somado a isso, o mercado não está convidativo para estreias na Bolsa. “Não tem solução de curto prazo sem melhorar endividamento”, descreveu um investidor institucional minoritário da Natura ao Broadcast/Estadão, no final de 2022.
Para ele, a venda da Aesop é uma decisão dolorosa, mas parece ser o caminho mais viável. O investidor também explicou que outra opção seria a venda da The Body Shop, mas esse ativo não é considerado tão sólido quanto o que está em negociação atualmente.
Segundo o balanço do terceiro trimestre de 2022, a gigante do setor de cosméticos tem uma dívida total que representa 4,35 vezes o seu Ebitda. Caso seja considerada apenas a dívida líquida, essa proporção cai para 2,85 vezes o Ebitda. Reduzir esses patamares é uma métrica fundamental para a melhora dos resultados da Natura.
Fabio Barbosa, CEO da Natura & Co, disse no início de novembro que havia três possibilidades em estudo para a operação da Aesop, ao revelar que uma das opções também seria a entrada de fundos de private equity. “Não está nas cartas um estudo de venda total”, argumentou o executivo na ocasião.