A Natura (NATU3) já possui garantia dos bancos Bradesco (BBDC4) e do Itaú Unibanco (ITUB4) para conseguir empréstimo para a aquisição da Avon. A apuração foi feita pelo “Valor Econômico”.
O Santander (SANB3) e o Citibank (CTGP34) também poderão ser credores no financiamento para que a Natura compre as operações da Avon, de acordo com o jornal.
A assessoria da operação será feita pelos bancos UBS e Morgan Stanley. Tais instituições financeiras não deverão ser credoras na transação.
“Os bancos financiadores devem ser os bancos de relacionamento da companhia. Assim como os bancos de balanço não entraram na assessoria da operação, os assessores não devem entrar no crédito”, disse uma fonte ao jornal.
Ainda conforme a fonte, a Natura já teria propostas para até US$ 2 bilhões em financiamento. O valor seria posteriormente trocado por operações no mercado de capitais.
O valor de mercado da Avon é avaliado em US$ 1,42 bilhão. Contudo, o valor a ser pago pela Natura, caso a compra se consolide, poderá ser mais alto, se a empresa de cosméticos brasileira pagar prêmio na aquisição.
Por volta das 14h36, as ações ordinárias ON da Natura subiam 0,42% a R$ 52,12 na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).
Como a compra beneficiaria a Natura
Em 22 de março deste ano, a Natura Cosméticos confirmou a possibilidade de compra de parcela da norte-americana Avon:
- tanto as operações da Avon nos Estados Unidos da América (EUA), cuja operação é por meio de capital fechado;
- quanto às operações da empresa no restante do mundo, via capital aberto.
De acordo com análise do “Valor Econômico”, que tomou por base os dados de 2017 do Euromonitor International, a Natura aumentaria a participação no mercado brasileiro de higiene pessoal e beleza para cerca de 17%. Isso caso adquirisse toda a fatia da Avon no mercado brasileiro.
Afinal, as vendas da Avon e da Natura representaram, respectivamente, em 2017:
- 5,6%
- 11,7%
No mesmo ano dos dados coletados, a Natura recuperou o primeiro lugar nas vendas de cosméticos e cuidados pessoais no País. Os principais concorrentes ocuparam venderam:
- Unilever: 11,1% das vendas.
- Grupo Boticário: 10,8% (desconsiderando a aquisição da Vult Cosmética, que ocorreu em março de 2018).
- L’Oréal: 7,3% das vendas.
- Colgate-Palmolive: 6,6% das vendas.
- Procter & Gamble: 5% das vendas.
- Johnson & Johnson: 4,1% das vendas.
- Coty: 3,9% das vendas.
- Beiersdorf (dona da Nivea): 3,1% das vendas.
Especialistas ouvidos pelo “Valor Econômico” consideram que a eventual aquisição da Avon pela Natura não seria barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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