O Nasdaq 100 fechou as negociações da última sexta-feira (31) em alta de 1,74%, a 10.905,88 pontos, o máximo que o indicador já alcançou desde sua criação em 1985. O Nasdaq 100 é um dos índices de tecnologia de maior capitalização do mundo. Inclui cem das maiores empresas não financeiras estadunidenses e internacionais listadas na Nasdaq.
Durante o mês de julho, o NASDAQ 100 aumentou 7,34%, de 10.160,41 para 10.905,88 pontos. Para o mercado financeiro norte-americano, o pior da profunda queda registrada em março, no pico da crise, parece ter ficado no passado. O índice acumulou uma alta de 23,9% em 2020, sendo que no segundo trimestre do ano, a alta foi de 6,63%.
Nos Estados Unidos, o otimismo no mercado atingiu os principais índices acionários, possibilitando que:
- o Dow Jones registrasse um alta de 9,56% nos últimos três meses, porém uma queda de 4,68% quando comparado aos valores do início do ano;
- o S&P 500 aumentasse em 20% no segundo trimestre do ano, sendo que acumula um ganho de 3,00% em 2020;
- enquanto o índice Nasdaq anotasse a melhor performance desde 1999, com uma alta de 28,2% no segundo trimestre do ano.
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Apesar do índice acionário de tecnologia ter acumulado notícias boas e otimistas nos últimos meses, o mercado financeiro global continua atento a disseminação do coronavírus (covid-19) pelo mundo e seus efeitos para a economia. Além disso, as crescentes tensões entre os Estados Unidos e a China preocupam os investidores globais.
Reforçando que esta matéria não é uma recomendação de investimento, confira as cinco ações da NASDAQ 100 que mais se desvalorizaram em julho.
Intel Corporation (NASDAQ: INTC)
A Intel Corporation registrou ganhos mais fortes no segundo trimestre de 2020, movida por uma economia focada no homeoffice, o que estimulou a demanda por computadores. Entretanto, logo após a divulgação do balanço trimestral no dia 23 de julho, as ações da empresa caíram mais de 10% no after-market ao alertarem para um atraso no desenvolvimento de chips.
A Intel informou que seu lucro no período de abril a junho aumentou 22% em relação ao ano anterior, para US$ 5,11 bilhões (cerca de R$ 26,63). O lucro por ação foi de US$ 1,19, passando de 92 centavos por ação no ano passado e excedendo as previsões de analistas consultados pelo FactSet.
Saiba mais: Intel registra aumento no lucro mas alerta para atraso na entrega de chips
Apesar dos resultados positivos, a Intel também informou que haverá mais atrasos em sua tecnologia de chips, o que limita o desenvolvimento das gerações futuras de unidades de processamento central. A tecnologia, segundo a Intel, está 12 meses atrás das metas internas.
A empresa registrou, no último dia de julho, uma queda de 0,8%, a US$ 47,73. Concluindo um péssimo mês para a Intel, que viu o seu valor no mercado derreter após a divulgação dos resultados trimestrais. As ações da empresa sofreram uma queda de 18,8% durante o mês passado.
Automatic Data Processing (NASDAQ: ADP)
A Automatic Data Processing, que faz previsões econômicas nos Estados Unidos, também registrou uma forte queda nas suas ações durante o mês de junho, de 10,9%.
No inicio do mês de julho, A Automatic Data Processing (ADP) e a Moody’s divulgaram o Relatório Nacional de Emprego dos Estados Unidos e de acordo com os dados, o setor privado do país fechou cerca de 20 milhões vagas em abril, refletindo no desemprego no país. Os cortes foram motivados pela paralisação das atividades para impedir que o novo coronavírus se espalhe ainda mais.
E embora o vice presidente da ADP tenha dito que “perdas de vagas nesta escala não têm precedentes. O número total de vagas fechadas no setor privado dos EUA apenas no mês de abril foi mais do que o dobro das perdas durante a crise de 1929“, os dados não refletem o impacto total da nova doença, visto que as informações do relatório foram apuradas até o dia 12 de abril.
Alexion Pharmaceutics (NASDAQ: ALXN)
Apesar do movimento otimista registrado nas ações das principais farmacêuticas nos EUA, o caso da Alexion for mais complicado. A empresa não foi capaz de apagar todas as perdas do mês. Em junho, as ações da empresa desvalorizaram um total de 8,8%.
No início do mês passado, a Alexion Pharmaceuticals concordou em pagar mais de US$ 21 milhões para dar fim às alegações de suborno a funcionários do governo para aumentar as vendas de medicamentos na Turquia e na Rússia, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA.
As subsidiárias da Alexion nesses dois países pagaram às autoridades para influenciar as prescrições dos pacientes e as aprovações regulatórias do Soliris, um medicamento usado para tratar doenças raras do sangue, segundo uma investigação da SEC. A empresa sediada em Boston resolveu as reivindicações sem admitir ou negar as conclusões do órgão regulador.
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“A Alexion está satisfeita por ter alcançado uma resolução e ter uma cultura e um programa de conformidade tão fortes e eficazes hoje em dia”, disse a empresa em comunicado em seu site.
Gilead (NASDAQ: GILD)
A farmacêutica norte-americana Gilead Sciences, encerrou o mês de junho em leve queda, porém no acumulado do mês as ações da empresa caíram 8,6%. O desempenho no mês passado apagou os ganhos que a empresa teve nos primeiros meses da pandemia do coronavírus, quando suas ações subiram para US$ 84,00.
A empresa informou que irá investir US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,56 bilhão) na compra de 49,9% da Tizona Therapeutics, empresa do setor de imunoterapia.
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A Gilead permanecerá com a opção de compra do restante da empresa por US$ 1,25 bilhão. A Tizona Therapeutics é focada no desenvolvimento de pesquisas sobre tratamentos que combatam o câncer, ponto focal dos investimento da Gilead.
Até o momento, as ações da empresa se desvalorizaram 6,19% em 2020, alcançando o valor de US$ 69,5.
Ulta Beauty (NASDAQ: ULTA)
A Ulta Beauty, uma varejista de produtos de beleza nos EUA, registrou, no último dia de julho, uma queda de 2,79%, a US$ 193,00. Isso colaborou para que as ações da empresa sofressem uma queda de 5,2% durante o mês passado. A empresa oferece cosméticos, perfumes, pele, produtos para os cabelos e serviços de salão de beleza.
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Em meio à queda no valor da empresa, a CEO da Ulta Beauty, Mary Dillon, explicou que “embora continuemos confiantes no potencial de maquiagem a longo prazo, os ventos contrários à categoria de maquiagem provavelmente persistirão no curto prazo, dado o impacto do distanciamento social e das máscaras, bem como a introdução tardia de novidade e inovação este ano”.
A situação possibilitou que a Ulta Beautyficasse em quinto lugar na lista das ações que mais desvalorizaram na Nasdaq 100.